Os integrantes da Associação dos Moradores da Vila Cruzeiro do Sul (Amovics), na Zona Sul de Porto Alegre, pretendem organizar uma manifestação contra a forma como os agentes da Polícia Civil agiram durante uma operação no começo da manhã dessa quinta-feira. As 130 crianças atendidas por programas sociais na entidade não puderam ser recebidas.
- Primeiro estamos vendo uma forma de arrumar esse estrago. Foram quebradas portas e espalharam tudo dentro da nossa entidade. E ninguém entende ainda o motivo para isso - critica o assessor da presidência André Luís Cirino.
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O endereço da associação estava entre os locais em que os agentes, liderados pela 5ª DHPP, tinham autorização judicial para cumprir buscas. E elas foram cumpridas pouco depois das 5h.
O principal alvo da operação era Juliano Alves Silveira, 41 anos, presidente de um time de futebol amador na vila e considerado um dos líderes comunitários locais. Ele é suspeito de ter ordenado a morte de Jéferson Eduardo Pereira Lopes, 25 anos, em dezembro do ano passado.
De acordo com a presidência da Amovics, a relação de Juliano com a associação é informal. Ele seria um "delegado comunitário" e, mesmo com um histórico que inclui passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, furto e ameaças, atuava há cerca de dez anos em parceria com a associação.
- A entidade dele, mesmo, é o time de futebol. Nós nem imaginávamos o envolvimento dele em algum crime - garante André Luís.
A Amovics presta serviços à comunidade há mais de 30 anos.
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Portas da Amovics, que atende a comunidade da Vila Cruzeiro, teriam sido quebradas no cumprimento de mandados no começo da manhã. Alvo dos agentes era "delegado comunitário" suspeito de homicídio.