Três adolescentes fugiram por um buraco feito na parede em uma unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), no último sábado (4), em Porto Alegre. O buraco media em torno de 40 centímetros por 40 centímetros. O esquema surpreendeu até mesmo a presidente da Fundação, Joelza Pires, principalmente porque o buraco foi feito sem despertar qualquer suspeita dos monitores. É a primeira vez que este tipo de fuga é registrado no Centro de Atendimento Socioeducativo Padre Cacique, na Capital.
Joelza Pires admite que falhas na revista feita pelos monitores podem ter contribuído para que o esquema de fuga não fosse descoberto. "Alguma regra da revista talvez não tenha sido executada como deveria ser, e eles não conseguiram ver que estava sendo feito um buraco" avalia Joelza.
Os adolescentes utilizaram objetos pontiagudos retirados de um banheiro da unidade e rasparam a parede até chegar aos tijolos, que foram empurrados para fora da estrutura. Na tentativa de apurar como isso foi possível, a presidente da Fase determinou a abertura de uma sindicância. Já estão sendo ouvidos monitores, e até integrantes da equipe de engenharia para saber se a estrutura da parede era frágil.
"Nós abrimos uma sindicância e estamos ouvindo servidores que estavam nessa aula para saber o que foi feito e o que se deixou de fazer. As revistas são semanais, e muitas vezes são feitas de surpresa", explica.
Os três adolescentes fugiram no sábado e ainda não foram encontrados. A sindicância aberta pela Fase terá prazo de um mês para identificar possíveis culpados neste processo.