Candidato à reeleição na corrida ao Paço Municipal, o atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, falou à Rádio Gaúcha, na manhã deste domingo (6), sobre a campanha, pontos positivos e desafios para uma eventual nova gestão.
— Foi uma campanha bonita, propositiva, resgatando o que fizemos em quatro anos e propondo o desafio do futuro. Nossas divergências fizeram uma campanha em alto nível — disse Melo, destacando ter acompanhado o início da carreira política da rival Maria do Rosário (PT), que falou minutos antes à reportagem e a quem cumprimentou na passagem do microfone.
Melo pontou a expectativa por um segundo turno e pontos em que pretende avançar caso seja reeleito.
— Estou desde cedo na rua, que está tranquila, espero que todos possam ter uma boa eleição e que a gente possa ir para o segundo turno, estamos trabalhando pra isso — afirmou. — Meu compromisso número um, se reeleito, vai ser fazer uma mudança profunda na educação. A gente investiu muito em educação, acolher 5 mil crianças de zero a cinco anos é um grande feito, colocar 1.600 professores é um feito, colocar agentes inclusivos e tecnologia são feitos importantes, mas tudo isso tem que estar casado com a melhoria do ensino, então, esse é um desafio enorme, além de mais cuidado com a cidade, com a saúde pública.
Questionado sobre a maior dificuldade ao longo da campanha eleitoral, Melo destacou a conciliação do mandato como prefeito e da candidatura a um novo período de quatro anos na administração pública:
— Essa função de ser prefeito e ser candidato não é facil. Ser candidato num momento de recuperação da cidade é difícil. Tomei a decisão de ser candidato em 15 de abril. No dia 27, começaram as chuvas, e no dia 30 as chuvas chegaram fortemente. A partir dali, a palavra eleição não existiu mais e passou a existir quando se aproximou da campanha. Eu tinha o desejo de sair um pouco antes e não foi possível, e eu gosto de campanha de rua. Amanhã volto para a prefeitura de novo e vamos aguardar o pleito.
Melo também se disse feliz com o retorno da população nas ruas e frisou não ter contratado marqueteiros para a campanha.
— Estou muito satisfeito e muito alegre, acho que acertamos o tom da campanha. É um caso a ser analisado, porque pagam um dinheirão para marqueteiros, e a gente não tem marqueteiro. Os marqueteiros da campanha fomos nós. Ver tanta gente nas ruas por todos os cantos dessa cidade reconhecendo os feitos desta gestão é muito gratificante. A enchente foi uma tragédia do Rio Grande do Sul, do Brasil, da nossa cidade, mas reduzir a eleição à enchente não dava, e acho que o povo compreendeu isso.
Por fim, Melo falou sobre temas que acabaram não sendo tratados com profundidade durante a campanha eleitoral.
— A questão dos idosos é um tema que foi pouco tratado, a assistência social; acabou se concentrando em proteção de cheias e muito na recuperação do sistema e não nos avanços. Vamos ter nossa sala climática, contratar meteorologistas, medição de réguas e totens para alertas, um sistema de contingência, tudo isso nasce numa governança climática. Mas, no geral, conseguimos tratar de todos os temas.