Após acordo com autoridades suíças, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça conseguiu repatriar em janeiro US$ 1,6 milhão que estavam depositados em contas de empresas offshore da Suíça em nome de João Procópio Junqueira de Almeida Prado, preso na Operação Lava-Jato por atuar como laranja do doleiro Alberto Youssef. O valor em reais corresponde a pouco mais de R$ 5 milhões.
Segundo o ministério, Procópio firmou acordo de colaboração premiada, em maio de 2015, com o Ministério Público Federal e a força-tarefa da Lava-Jato. Pelo acordo, ele se comprometeu a repatriar valores depositados em contas bancárias de diversas empresas offshore, mantidas no banco PKB Privatbank SA, que eram por ele controladas em bancos suíço.
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De acordo com o Ministério da Justiça, além da recuperação dos ativos, foram obtidos também documentos bancários de empresas que poderão auxiliar as investigações do esquema de corrupção em contratos Petrobras apurados pela Lava-Jato.
Em nota, o ministério informou que o pedido de cooperação jurídica internacional para a repatriação foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Paraná, em novembro de 2015.
O esquema
As contas das empresas offshores, segundo o órgão, foram utilizadas por Alberto Youssef, com o auxílio de João Procópio, para o pagamento de propina a servidores públicos, partidos e agentes políticos.
De acordo com PGR, em três anos de atuação foram firmados no âmbito da Lava-Jato 126 acordos de cooperação internacional com 33 países. Em contrapartida, o Brasil recebeu pedidos de 17 países que solicitaram cooperação brasileira para suas próprias investigações relacionadas ao caso.
Até o final do ano passado, ações relacionadas à operação em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) resultaram na repatriação R$ 79 milhões. Quarenta e um acordos de colaboração premiada foram homologados pela Corte.
Da atuação da Justiça Federal na primeira instância, R$ 10,1 bilhões são alvo de recuperação, sendo que R$ 756,9 milhões são objeto de repatriação.
*Agência Brasil