O presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossella (PDT), negou na tarde desta sexta-feira (10), as denúncias de pressão sobre servidores para colaborar com recursos na campanha eleitoral e criticou o indiciamento da Polícia Federal por formação de quadrilha. Ele garantiu que não se sente desconfortável em continuar no cargo, já que não foi condenado em nenhum processo.
O pedetista afirma que ainda não foi intimado do indiciamento e explicou que não prestou depoimento à Polícia Federal porque foi chamado pelos investigadores dias antes da eleição e por isso, estava em campanha no interior do Estado. Sossella repetiu a explicação do superintendente geral de que apenas 10% dos servidores com funções gratificadas (FGs) compraram os convites, o que no entendimento deles, demonstra que não houve pressão generalizada.
"Fiz um jantar dentro da legalidade, o TRE foi avisado. Vendemos 71 convites e apenas 19 para servidores com FG, em um universo de 189 FGs nomeados. Se tivesse exercido pressão, teríamos vendido mais convites", declarou.
Quanto ao afastamento do servidor Nelson Delavald Júnior, que perdeu FG após se recusar a comprar o convite, o presidente da Assembleia afirmou que foi uma troca normal, para dar oportunidade a outros servidores. Ele disse ainda que espera poder provar a inocência no processo quando o mesmo correr no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Já em relação à denúncia de uso de estagiários para fazer campanha, o deputado afirmou que a versão apresentada pela reportagem da Rádio Gaúcha não é verdadeira e garantiu que todos os estagiários passam por teste de avaliação antes de serem nomeados, descartando indicações políticas. "A seleção é feita junto com a coordenação de estágio e Departamento de Pessoal e depois homologados pela superintendência da Assembleia".
Ainda de acordo com Sossella, os estudantes buscam a vaga a partir de inscrições no site da Assembleia Legislativa. O deputado explicou ainda que os 'cadernos do compromisso' com nomes, endereços e dados pessoais de familiares e amigos dos estagiários tratam-se simplesmente de um cadastro para remessa de informativos que visam a prestação de contas do mandato, negando que tenham finalidade eleitoral.
"Que mal tem os estagiários passarem o endereço de familiares?", indagou.
Ouça a entrevista na íntegra: