O primeiro pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro após a derrota na eleição gerou boas impressões a apoiadores que participaram de manifestações, pedindo intervenção federal, no centro de Porto Alegre na tarde desta terça-feira (1º). O protesto ocorreu nos fundos da sede do Comando Militar do Sul (CMS), na esquina da Rua Sete de Setembro com a Avenida Padre Tomé.
Inicialmente, havia uma expectativa de que a fala fosse reproduzida na caixa de som disponibilizada pelos organizadores do ato. No entanto, houve apenas um momento de silêncio para que as pessoas pudessem ouvir dos seus próprios celulares.
Ao final do posicionamento do presidente, parte dos manifestantes comemorou e se disse satisfeita com o que foi dito. Um dos temores era de que ele poderia se dizer contrário às manifestações que têm ocorrido nas rodovias e em diversas cidades do país. No entanto, defendeu a presença do povo nas ruas, desde que de forma pacífica.
— Ele não falou nada contrário às manifestações, ficamos felizes com isso — afirmou uma manifestante que estava com uma camiseta com as cores do Brasil.
Apesar de Bolsonaro ter dito que irá respeitar a Constituição, os apoiadores disseram não ter interpretado como um reconhecimento da derrota.
— Não disse que perdeu nem que ganhou, falou o que tinha que falar — comentou uma idosa que acompanhava a fala do seu celular sentada em uma mureta.
Os protestos se iniciaram por volta das 11h, mas ganharam força no início da tarde. Às 18h40min, seguia causando bloqueio na Rua Sete de Setembro, entre as ruas Bento Martins e General Canabarro. A Avenida Padre Tomé também foi bloqueada, entre a Siqueira Campos e a Andradas.
A Brigada Militar não informou o número de manifestantes por questões estratégicas, mas manteve vários policiais monitorando o local. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faziam a orientação do tráfego no local.
Procurado pela reportagem, o CMS informou que não tem ligação com o ato e que não se manifestaria sobre o pedido de intervenção militar feito pelo grupo.