A imagem de uma araucária sendo derrubada em um terreno da Rua Andrade Neves com a Plácido de Castro, no bairro Exposição, em Caxias do Sul, gerou reações nas redes sociais no fim de semana. Um vídeo publicado em uma conta do Instagram, sábado, mostra a árvore sendo cortada na base e caindo inteira.
Até o início da tarde de ontem, a postagem contava com 410 comentários, boa parte lamentando a derrubada da araucária. As manifestações também alegavam que o procedimento era ilegal, pelo fato do corte da espécie não ser permitido por lei.
No terreno onde estava a árvore será construído um empreendimento imobiliário. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Nério Susin, os responsáveis pela construção solicitaram a remoção da araucária no ano passado e a autorização foi concedida no último dia 13 de março. Ele explica que a legislação permite a remoção de árvores do tipo, inclusive para edificações, desde que se cumpram os requisitos, o que ele garante ter ocorrido. Segundo o Susin, atualmente o terreno fica cerca de quatro a cinco metros acima do nível da rua e é necessário rebaixá-lo para a construção do prédio.
- O regramento municipal para a supressão de árvores em área urbana segue decretos e tem que ter motivo justificável. O motivo é a edificação do terreno. Ali terão que ser removidos 17 mil metros cúbicos de terra. Como o cara vai manter a árvore àquela altura e rebaixar o restante? Quem faz a autorização são técnicos de carreira - aponta o secretário.
Para obter a autorização, os responsáveis pela construção irão doar 15 mudas de araucária para a Secretaria do Meio Ambiente, além de pagar pecúnia, uma espécie de indenização ao município.
Em nota, a incorporadora Censi Fisa, responsável pela obra na Andrade Neves, diz que "cumpre todas as normas da legislação ambiental" e que "as intervenções necessárias no terreno para dar início à construção estão sendo acompanhadas por responsáveis técnicos, de acordo com as exigências determinadas pelos parâmetros legais".
A incorporadora também salienta que no local "está ocorrendo a supressão de árvores nativas e exóticas, sendo que para os exemplares exóticos não há legislação que apresente restrição ao corte", mas que algumas espécies serão transplantadas para outro local, como cinco tamareiras de grande porte, para depois retornarem ao imóvel, "para embelezarem a parte frontal do edifício".
Por fim, a nota diz ainda que o Alvará n° 069/2020 "autorizou a supressão de três exemplares de araucária angustifólia, após o período de reprodução, que compreende os meses de abril a junho, quando já ocorreu o amadurecimento das pinhas". E que as árvores serão "compensadas na forma de mudas para o município, totalizando 1000 unidades a serem doadas, mais do que o dobro do que pede a lei de Reposição Florestal Obrigatória, que seria de 475 mudas".