Se o transporte coletivo urbano enfrenta queda de passageiros, os táxis também se defrontam com situação parecida. A estimativa é de que até junho a quantidade de corridas caiu 50% em relação a 2014. Mas outros números indicam a mudança. Os 247 motoristas de aplicativo cadastrados até a semana passada em Caxias do Sul se equivalem a mais da metade dos taxistas em atuação. É uma alteração significativa, levando-se em conta que seriam cerca de 4 mil pessoas operando com transporte por aplicativo na cidade.
Conforme o sindicato dos taxistas, são cerca de 450 profissionais trabalhando em 312 carros. Antes da entrada do transporte por aplicativo em 2015, a classe chegou a ter 1 mil taxistas e o número atual significa uma redução de 45%. A debandada de motoristas tem relação com a queda de passageiros transportados. Não há estudo sobre a quantidade de pessoas transportadas atualmente e no passado, mas antes, até 2016, praticamente 100% da frota de táxis operava à noite, número que caiu pela metade.
— É que antes havia o proprietário do táxi e dois motoristas auxiliares. Tinha trabalho 24 horas. Agora, só trabalha o proprietário sem auxiliar e não há motivo para ficar de noite trabalhando por falta de passageiros. Alguns conseguem ficar, mas são aqueles que trabalham com aplicativos —constata o presidente do Sindicato dos Taxistas, Adail Bernardo da Silva.
Boa parte dos colegas que saíram dos táxis optou por trabalhar em caminhões ou até mesmo pelos aplicativos, outros trocaram de ramo, conforme Silva. Por outro lado, o sindicalista vê uma retomada no setor. No final do ano passado, a redução de corridas em relação a 2014 teria atingido 70%, o que amenizou neste ano.
— O serviço dos taxistas evoluiu. Fomos a São Paulo, Guarulhos, Curitiba e copiou-se ideias. Hoje temos atendimento melhor, não está em 100% ainda. A esperança é de quando a economia melhorar, vai beneficiar o serviço de táxi, não como antes, é claro, até porque o mercado está fatiado — diz Silva.
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