Com um déficit de R$ 6 milhões em 2017 e projetando fechar este ano com R$ 9 milhões, a sugestão que o Hospital Geral de Caxias do Sul recebeu do ministro da Saúde, Ricardo Barros, sobre a recuperação financeira da instituição foi que passe a receber também pacientes de convênios ou particulares.
– Eu recomendo. É este o modelo mais eficiente do Brasil, o modelo das filantrópicas. Porque elas conseguem, com esse misto de 40% privados e convênios e mínimo de 60% SUS, suprir, com o superávit da operação em convênios e particulares, o déficit do SUS. Então, a instituição fica com as contas equilibradas, com toda a sua estrutura eficiente disponível, o que qualifica o serviço – defendeu o ministro.
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Ainda conforme Barros, a medida não reduziria número de atendimentos pelo SUS do hospital. Ao contrário, "com as contas em dia, ele consegue manter 100% da sua capacidade de atendimento em operação. A maioria dos hospitais começa a acumular déficit e logo se tem um hospital com 50% dos leitos abertos para o SUS, quando poderia ter 60% abertos para o SUS e mais 30% a 40% abertos para o particular."
– Isso é uma conta matemática que se comprova em todo o país. As entidades filantrópicas que estão bem financeiramente são as que fazem o complemento de sua renda com o serviço particular e de convênio, que é autorizado pela constituição – reforçou Barros.
A administração do HG disse que pretende discutir com os demais entes da federação, município e Estado a possibilidade.
– O Hospital Geral está maduro, completou 20 anos de existência, com grave problema financeiro, que é o custeio da sua atividade. O que o ministro está colocando é algo que terá de ser discutido com o município de Caxias do Sul e com o Estado que é proprietário do prédio. Acredito que é a solução para o hospital para os próximos anos – disse o administrador do HG, Sandro Junqueira.
A ideia é que, depois de pronta, a ala nova do hospital, que prevê 136 novos leitos de UTI e gerais, possa destinar parte do atendimento para pacientes da rede privada.