Gilberto Blume: o SIM Caxias não é um número de mágica. Um pouco de paciência nesta hora, por favor

Difícil contentar a maioria, quiçá contentar a todos.

Quando o colunista aqui comete A, alguns dos 17 leitores reclamam por B.

Há, ainda, quem reivindique C.

E vice-versa.

E viva a diferença de opiniões.

Mas.

Mas essa gritaria em torno das obras do SIM Caxias já cansou.

Se há obras, reclamamos.

Se há obras em excesso, reclamamos.

Se há obras de menos, reclamamos.

Se não há obras, reclamamos.

O que afinal queremos?

O prefeito Alceu é alvo de uma saraivada de críticas por causa das obras no centro.
Dizem que as obras não poderiam ser simultâneas, dizem que as obras deveriam ser noturnas, dizem que as obras deveriam ser aos finais de semana, dizem.

Um pouco de paciência nesta hora, gente.

Além de um pouco de paciência, é aconselhável adotarmos uma postura minimamente coerente. Até poucas semanas atrás reclamávamos que o trânsito no centro estava impraticável.

Com as obras, o trânsito ficou ainda mais impraticável, e nossos reclames multiplicaram.

As obras, contudo, são uma promessa de minimizar o caos no trânsito e satisfazer nossos descontentamentos.

O prefeito disse, recentemente, ser impossível fazer omelete sem quebrar ovos.
É verdade, omeletes têm consequências.

Não nos iludamos, porém.

O SIM Caxias não é um número de mágica. O centro, depois das obras, não se transformará num lugar em que guiaremos nossos carros como se rodássemos no paraíso.

Bastante da energia que gastamos reclamando enquanto rodamos tontamente num centro caótico poderia ser canalizada na busca de rotas alternativas. O momento é propício para nos desapegarmos um pouco da área central, de evitar aquele punhado de ruas e quadras que até hoje pareciam vitais para nossos deslocamentos.

Aconselho que nós também quebramos alguns ovos e façamos nossa própria omelete.
Claro que essas maltraçadas também serão criticadas.

É do jogo, não espero que seja diferente.