Mulheres provocam quase quatro vezes menos acidentes de trânsito em Caxias do Sul

Números revelam que o comportamento da caxiense ao volante é exemplar. Próximo ao Dia da Mulher, a estatística divulgada pela Secretaria Municipal de Trânsito mostra que condutoras são mais cuidadosas e conscientes ao volante por aqui. Ainda que apenas 35% do total de habilitados em Caxias do Sul seja do sexo feminino, mulheres aparecem em somente 22% dos acidentes da cidade. Ou seja: 78% das ocorrências registradas por fiscais de trânsito são protagonizadas por homens.

Outro levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS) mostra que o trânsito é povoado cada vez mais por condutoras. Enquanto nos últimos oito anos o número de motoristas homens aumentou quase 20% no Estado, o percentual de mulheres ao volante cresceu 50%. O diferencial feminino, mostra o estudo do Detran, é poupar vidas. O número de mulheres mortas ao volante é quatro vezes menor: 418 gaúchas perderam a vida no trânsito no ano passado, contra 1.605 homens.

Não há dúvidas, portanto, de que mulheres contribuem para diminuir a mortalidade no trânsito. Ainda assim, é preciso lembrar que homens ficam muito mais tempo expostos ao volante - quando uma família viaja, por exemplo, é ele quem costuma ter o controle da direção.

- É claro que a mulher passa a desenvolver habilidades diferentes desde pequena. É o homem que ganha o carrinho de brinquedo, e ela, a boneca. A dificuldade de dimensionar espaços é mais evidente na mulher, mas ela é mais cuidadosa - exemplifica a pedagoga da Escola Pública de Trânsito da Divisão de Educação do Detran-RS, Adriana Lopes Reston.

O crescimento do índice de mulheres que obtêm habilitação para dirigir é reflexo da liberdade que a classe feminina conquistou, avalia Adriana. Mesmo assim, piadas que remetem a culpa às mulheres para eventuais lentidões no trânsito são frequentes.

- Ela geralmente não imprime tanta velocidade no carro, mas qual é o problema de ir mais devagar? Qual é o malefício que isso traz? O problema é correr, é querer ser mais rápido. Mulher ao volante não é, de jeito nenhum, perigo constante- brinca a pedagoga.