A agenciadora de móveis Lilian Bitencourt estava sentada na última fileira de cadeiras da sala de espera para adultos do Postão 24h. Aguardando desde às 12h30min, ela era uma das pouco mais de 30 pessoas que por volta das 16h30min deste domingo, ainda não tinham recebido atendimento.
Com dor no braço e falta de ar, ela contou que já tinha tentado atendimento no Posto de Saúde da Rua Pinheiro Machado duas vezes durante a semana. Entretanto, explica que só são disponibilizados seis consultas por dia. De modo que é preciso chegar muito cedo para conseguir uma senha.
Na espera de quatro horas no Postão 24 horas, ela acusou que viu apenas uma pessoa ser atendida.
- Quando a gente chega, passa pela triagem e depois esquece - reclamou.
Alguns pacientes que estavam no aguardo supunham que havia apenas um médico trabalhando, outros chutavam dois, para alguns a causa da demora era por causa das urgências que chegavam sem previsão.
Na recepção, três mulheres se alternam no atendimento. Quando questionada pela reportagem do Pioneiro sobre quantos médicos estavam de plantão, uma delas foi confirmar a resposta, mas voltou sem ela:
- Para a imprensa as informações são repassadas de segunda a sexta-feira pela assessoria. No domingo, a gente não tem autorização para passar informações - explicou.
A secretária da Saúde, Dilma Tessari, esclareceu que três médicos estavam de plantão na tarde de domingo e admite que o problema é a falta de profissionais. Ela explica que há uma dificuldade grande para cumprir escalas médicas em todos os dias da semana, já que o ideal é que o Postão contasse com sete médicos clínicos gerais todos os dias. Hoje existem de três a quatro.
- A gente está vendo o problema, o que acontece é que não estamos conseguindo contorná-lo. Temos solicitado diariamente aos colegas que por favor atendam aos nossos editais, às chamadas para contrato emergencial. Não estamos conseguindo profissionais para trabalhar - confessa Dilma.
Espera dolorosa
Pacientes reclamam de demora para atendimento no Postão 24h na tarde deste domingo, em Caxias
As reclamações de falta de médicos são recorrentes
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