- Eu só roubei carros, mais nada mesmo.
A frase acima foi dita por Elisandro Rodrigo Falcão à reportagem do Pioneiro, em agosto de 2007, quando foi preso pelos agentes da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), em Caxias do Sul.
Na época, era acusado de liderar a então chamada quadrilha da van, especializada em amarrar e arrastar caixas eletrônicos com o veículo - o bando ganhou notoriedade depois da prisão do assaltante José Carlos dos Santos, o Seco. De lá para cá, a ficha do homem que se dizia "apenas" ladrão de carros cresceu e ele se tornou o criminoso mais procurado do Estado. A trajetória de Falcão, porém, teve fim na madrugada de ontem, aos 31 anos.
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Falcão ficou preso até julho deste ano, quando fugiu do Albergue Prisional de Caxias. Em pouco tempo, já estava agindo novamente, desta vez com ataques que priorizavam o uso de explosivos.
A Brigada Militar acredita que o criminoso foi um dos que conseguiu fugir do cerco policial que transformou o cenário no entorno da Casa de Pedra, na noite de 9 de agosto. A ação resultou na morte de Juliano Justino da Rosa, o Julianinho, parceiro de Falcão desde 2006.
A dupla teria participado de pelo menos três ações na Serra. Eles são suspeitos de envolvimento no furto de 148 armas do Fórum de Bom Jesus, na madrugada de 26 de julho. Cinco dias depois, o bando dos dois teria explodido uma agência da Caixa, em Feliz. Já na madrugada de 31 de julho, ladrões atacaram o Banco do Brasil de São Francisco de Paula.
Com a morte de Julianinho, Falcão passou a arregimentar novos criminosos. Entre eles, estaria um ex-sargento do Exército, que seria o novo responsável pelos explosivos do bando. Entre as ações atribuídas ao grupo estão os ataques a caixas eletrônicos em Picada Café, Nova Bassano, Fagundes Varela, Jaquirana e ao pedágio de Vacaria. Também é possível que o bando tenha assaltado agências em Torres e Dom Feliciano.
- O Falcão sempre realiza enfrentamentos quando há a tentativa de coibi-lo. O serviço de inteligência da BM já estava à procura dele. Nos últimos meses, fomos fechando o cerco e tentando prever as ações do bando - relatou o major Daniel Coelho, chefe da agência central de inteligência em Porto Alegre da Brigada Militar.
Além de Falcão, outros dois criminosos identificados como Sérgio Antônio Ritter e Paulo César da Silva foram mortos em confronto com a BM ao cruzarem com uma viatura.
Quadrilha
Assaltante morto em Cotiporã teria escapado de tiroteio em agosto em Caxias do Sul
Em agosto, Julianinho, comparsa de Falcão, morreu depois de trocar tiros com a polícia na Casa de Pedra, em Caxias
Siliane Vieira
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