Prefeitura de Caxias do Sul assinou contrato com empresa suspeita de fraudar licitações

 A empresa Tecnisan, suspeita de fraudar licitações no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, presta serviços há vários anos para a prefeitura de Caxias do Sul. Recentemente, venceu uma licitação para a locação de banheiros para três eventos organizados pelo município ao longo deste ano: os desfiles da Festa da Uva, o Dia de Finados e o Encanto de Natal de Ana Rech.

Para locar 56 sanitários durante 60 dias intercalados, a empresa receberá R$ 35 mil. Parte desse valor já foi pago ao final da Festa da Uva. Conforme denúncia do Ministério Público (MP), a Tecnisan e outras quatro empresas apresentavam propostas como sendo de diferentes empreendimentos, montando uma competição fictítica, quando, na verdade, todos os concorrentes eram parentes ou havia um acordo para se determinar o vencedor.

O promotor de Justiça Ricardo Herbstrith diz que César Augusto Viezzer, dono da Tecnisan, seria um dos mentores do esquema e exerceria influência junto a servidores de várias prefeituras do Estado. Outra tática era baixar o preço para desestimular concorrentes que não sabiam das fraudes.

As empresas investigadas são de familiares de Viezzer. Outros empresários, sem parentesco com o dono da Tecnisan, também estariam envolvidos no esquema. A investigação estima um rombo de R$ 15 milhões nos dois estados.

O Tribunal de Contas do Estado (TEC) abriu auditoria para apurar se há irregularidades no contrato assinado entre a prefeitura de Caxias e a Tecnisan. O secretário de Recursos Humanos e Logística, responsável pela Central de Licitações, Edson Mano, ressalta que a contratação da empresa obedeceu a todos os trâmites legais.

Segundo Mano, a Tecnisan foi o único empreendimento que se apresentou para participar do pregão presencial no final do ano passado. Inicialmente, a empresa pedia R$ 39.180 pela locação dos sanitários. Mas baixou o valor para R$ 35 mil.

- No momento esse é o único contrato da prefeitura com a empresa. Todos os requisitos foram preenchidos e não há nenhuma irregularidade da parte do município _ diz Mano. 

Pioneiro tentou contato com Viezzer em três ocasiões, mas foi informado por funcionários de que ele não se encontrava na cidade.