Nesta época do ano, principalmente nos meses de agosto e setembro, as queimadas costumam se proliferar na região da Serra. Essa prática é proibida pelo Código Florestal do Estado e por lei federal. Entre 80% e 90% dos casos, o fogo é usado para renovação da pastagem destinada ao gado, segundo informa o capitão comandante da 2ª Companhia Ambiental de Caxias do Sul, Cezar Augusto Chaves.
Os registros do início de 2010 até agora não foram contabilizados. Entretanto, com base nas saídas realizadas pelas equipes, Chaves acredita que o número de ocorrências vai superar 2009, quando 40 processos foram encaminhados para a Justiça e para o Ministério Público.
A 2ª Companhia dispõe de 56 policiais para atender 78 municípios da região. Em algumas cidades, como Bento Gonçalves, Vacaria, Canela e Lagoa Vermelha, existem unidades fixas, que são os Grupos de Policiamento Ambiental.
Segundo o capitão, historicamente, a maior parte das queimadas ocorrem nos Campos de Cima da Serra, em cidades como Cambará do Sul, São Francisco de Paula e São José dos Ausentes. Nos últimos meses, entretanto, a Brigada Militar (BM) tem registrado várias situações no entorno de Caxias do Sul, onde as propriedades rurais são menores que as existentes na região de campo.
- Infelizmente, as queimadas são um hábito que a população ainda continua a adotar. Onde a gente consegue flagrar, tentamos reprimir. Mas, muitas vezes, o fogo atinge a mata nativa, prejudicando as plantas e os animais. E, mesmo nos campos, como cobras e cutias que precisam viver porque são importantes para o equilíbrio ambiental - esclarece o capitão.
Os animais encontrados feridos são levados para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Chaves explica que muitos donos de propriedades rurais lançam mão das queimadas para agilizar a renovação do pasto atingido, por exemplo, pela geada.
Por causa da pressa, eles não deixam que o processo de renovação ocorra naturalmente. E, ao usar o fogo desse modo, conforme Chaves, o solo acaba sendo prejudicado, porque fica sem os nutrientes necessários para sua fertilidade.
De acordo com o capitão, a polícia costuma saber das queimadas por meio de denúncias telefônicas (que podem ser feita pelo fone 190) ou ao passar por terras em que há chamas ou sinais de fumaça. Uma das principais dificuldades enfrentadas pela polícia é justamente a identificação do dono das propriedades.
Leia mais sobre o assunto no Pioneiro deste final de semana.
Geral
Mesmo proibidas, queimadas proliferam na região da Serra
Em 2009, 40 processos sobre queima de vegetação foram enviados à Justiça pela 2ª Companhia
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