Adriano Gardelin já usou mais de 2,5 mil litros de tinta branca, grená e azul para pintar o Estádio Centenário

A épica tarefa do empresário Adriano Gardelin, 41 anos, começou com o fim da reforma de seu apartamento. Pegou um balde de tinta branca de 18 litros que havia sobrado, se dirigiu ao Centenário e aplicou a pintura em um trecho das arquibancadas. Gostou tanto do resultado que decidiu pintar o estádio do Caxias inteiro por conta própria.

Desde o dia 27 de julho, Gardela, como é chamado pelos amigos, pediu licença do negócio que comanda com os irmãos e passou a se dedicar de sol a sol ao novo trabalho. Não é raro que fique noite a dentro vestido com um macacão e deslizando o rolo de um lado ao outro do concreto. Sem embolsar qualquer quantia pelo serviço, encara o desafio como uma terapia.

- A minha mulher é dentista, mas montamos um atelier na sacada do nosso prédio para ela fazer patchworking como hobbie. A terapia dela é essa, e a minha é o estádio. Teve choro, alegria, foi sensacional. Pintando, conheci todos os gatos e cachorros que ainda não conhecia no Centenário - compara.

Até quarta-feira, haviam sido gastos 29 baldes de 18 litros de tinta grená, ao preço de R$ 250 cada, mais 29 da cor azul e 88 baldes da branca, que custam R$ 90 por unidade. Somando, chega-se a 2.628 litros, que totalizam R$ 17.780. Do próprio bolso, Gardela tirou R$ 1 mil.

A paixão e a determinação pela conclusão do serviço aumentou a mobilização entre os torcedores, que doaram dinheiro, tinta e se solidarizaram com a causa. A iniciativa despertou na torcida uma sensação de pertencimento ao clube.

- Fui chamado de louco, no sentido positivo. Nunca pensei em desistir. A pintura melhorou o ambiente e o engajamento fortaleceu a relação das pessoas, porque cor é vida. Até quem não colaborava mais voltou a se agregar - acredita.

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