Mais de 1 mil processos de cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) foram abertos em Caxias do Sul durante o ano de 2018. O número representa um crescimento de 40% ante o ano anterior, quando foram registrados 731 processos deste tipo. A soma de processos de cassação e suspensão no direito de dirigir totalizou 3.024 em 2018. Os dados são do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran/RS).
No Estado, o número de gaúchos afetados pela punição administrativa mais grave prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) também aumentou. Foram abertos 21,7 mil processos em 2018, contra 11,8 mil em 2017 – elevação de 83%. De 2016 para 2017, o aumento no RS havia sido de 36%.
Segundo o Detran, o aumento dos registros não tem relação com uma maior imprudência ou desrespeito por parte dos motoristas. A razão, conforme o próprio departamento, é técnica: diz respeito a uma normativa federal que entrou em vigor no ano passado. Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) define no capítulo sete que “poderá ser instaurado mais de um processo administrativo para aplicação da penalidade de cassação, concomitantemente”.
Segundo o Detran, o valor total para recuperar a CNH cassada fica entre R$ 591,36 e R$ 719,94, de acordo com a categoria do documento, em valores atualizados neste ano (ver quadro ao lado).
Suspensões
Em ritmo oposto ao das cassações houve redução de 47% nos processos de suspensão do direito de dirigir em Caxias do Sul, com 1,9 mil casos em 2018 contra 3,6 mil no ano anterior. No Estado, a queda neste quesito chegou a 35%.
Essa redução, de acordo com o chefe da Divisão de Suspensão e Cassação de Condutores do Detran/RS, Anderson Barcellos, pode estar em um temor maior dos condutores.
— A fiscalização está forte, as operações Viagem Segura e Balada Segura consolidadas e as abordagens continuam aumentando. O que pode explicar essa redução dos processos de suspensão é mesmo uma mudança de comportamento — diz.
O representante comercial Laurindo Matos, 57 anos, está vivenciando o prazo de suspensão. Ele atingiu mais de 20 pontos na carteira. Por conta disso, terá que ficar um ano sem dirigir.
— Não posso trabalhar sem o carro. Estou recorrendo, mas está difícil – reclama. (Com Leandro Rodrigues/GaúchaZH)