Com menos dias úteis, a economia caxiense colocou o pé no freio em fevereiro e caiu 4,1% em relação a janeiro. No entanto, não o suficiente para que, no acumulado dos últimos 12 meses, os índices voltassem aos patamares negativos. Novamente, os números foram puxados para cima pela indústria, que cresceu pelo segundo mês consecutivo. A alta em fevereiro foi de 1,3%. Comércio e serviços fecharam no vermelho: -4,3% e -13,8.
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Os dados foram divulgados na tarde de hoje pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul.
Mesmo com o recuo, o cenário continua otimista. O diretor do Departamento de Economia, Finanças e Estatística da CIC Carlos Zignani garante que a economia caxiense tem motivos de sobra para acreditar que vai continuar crescendo em 2018. A queda nas taxas de juros, a inflação baixa, a alta do Produto Interno Bruto (PIB) e o ano eleitoral estão entre eles.
— Tem bons pedidos encaminhados. Tanto para o mercado interno, quanto para o externo. O crescimento deve ficar entre 15% e 20% — calcula.
Para a economista Maria Carolina Gullo, os números confirmam a tendência de um crescimento mais sustentado e de recuperação das perdas dos últimos anos.
Massa salarial em queda
A queda do poder aquisitivo é sentida principalmente pelo comércio. Em relação a janeiro deste ano, o indicativo fechou em alta de 4,3%. Mas em relação ao mesmo mês de 2017, a queda chegou a 18,5% e no acumulado do ano - 17,4%. Isso explica parte do baixo desempenho das vendas nos últimos dois meses.
— As pessoas querem comprar, mas têm menos dinheiro — destaca o professor e assessor da CDL Mosár Leandro Ness.
Além disso, o setor também é impactado pelo crescimento do comércio informal. O presidente da CDL, Ivonei Pioner, lembra que muitas pessoas perderam o emprego e acabaram abrindo seu pequeno negócio em casa. É um percentual que divide a mesma pizza, mas não contribui com o pagamento de impostos.
Datas importantes, no entanto, ainda estão por vir e devem incrementar os negócios. Para o diretor de Pesquisa, Informação e TI da CDL, Ricardo Comandulli, as vendas de Páscoa já vão refletir nos números de março.
— Maio e junho tem o Dias da Mães e a Copa do Mundo. São eventos que estimulam as comprar — aponta.
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