O tarifaço dos combustíveis anunciado pelo governo há três meses ainda “dói” no bolso do consumidor. Em julho, o preço médio da gasolina em Caxias do Sul era de R$ 3,748. Em outubro, o valor saltou para R$ 4,069 – R$ 0,32 a mais, ou 8,5%. Os dados estão baseados no levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP). Porém, em reportagem publicada pelo Pioneiro no dia 14 de julho – uma semana antes do reajuste de impostos – alguns postos da cidade vendiam a gasolina a R$ 3,099 e R$ 3.019.
Ontem à tarde, o Pioneiro voltou a fazer pesquisa de preço do litro da gasolina (quadro abaixo). E constatou os valores de R$ 3,799 para o litro com o menor preço praticado e R$ 4,099 para o maior preço. Ou seja: entre 13 de julho e 17 de outubro, três meses depois, há uma diferença de R$ 0,70 no valor do litro para o melhor preço possível, ou 22,6%. Corresponde a R$ 28 para um tanque de 40 litros.
Em julho, as promoções movimentaram o setor e longas filas se formaram nos postos. O alívio no bolso, no entanto, durou pouco. Em 20 de julho, o governo federal anunciou aumento da alíquota do PIS e da Cofins de R$ 0,38 para R$ 0,79 por litro. O aumento imediato nas bombas foi de 16%. Desde então, está difícil abastecer por menos de R$ 4.
O presidente do Sindipetro, Luiz Henrique Martiningui, classifica o aumento de impostos como absurdo. Em 2014, segundo ele, a carga tributária no litro do combustível era de 30%.
— Agora está em 46,6% — diz.
Ele também reclama do valor do ICMS cobrado pelo RS, que representa 30% dos impostos. Em Santa Catarina, segundo ele, o índice é de 25%.