O presidente interino Michel Temer escalou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles para, com a ajuda do embaixador britânico no Brasil, Alexander Ellis, avaliar os efeitos que a desvinculação do Reino Unido da União Europeia pode causar ao Brasil. O encontro está marcado para esta sexta-feira, às 16h.
Temer, no entanto diz que o plebiscito feito nesta quinta-feira no Reino Unido é um assunto interno e que, portanto, não cabe ao governo brasileiro opinar sobre o assunto. A Agência Brasil apurou, junto ao Ministério da Fazenda, que, apesar de este ser o assunto do momento, a pauta da reunião vai além da saída do Reino Unido da União Europeia. A equipe ministerial, no entanto, não informou quais seriam os demais temas a serem abordados na reunião entre Meirelles e o embaixador britânico.
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– O Reino Unido decidiu por uma consulta popular. Portanto, decisão política nós não vamos discutir. Precisamos verificar quais são as repercussões econômicas que possam atingir o Brasil. Meirelles vai se encontrar com o representante do governo britânico, com quem vai discutir essas questões – disse o presidente interino em entrevista à Rádio Estadão nesta sexta-feira.
Para Temer, exemplo similar deveria ter sido adotado pela Venezuela que, segundo ele, "interferiu nas ações internas do nosso país ao dizer que aqui estava se processando um golpe".
– Somos cientes e conscientes do princípio constitucional da autodeterminação dos povos. Então, tomamos muito cuidado em nos metermos em questões de outros países. No instante em que o presidente da Venezuela diz algo dessa natureza, o Itamaraty respondeu duramente a essa manifestação – argumentou o presidente interino.
Em relação ao Mercosul, Temer disse que o ministro das Relações Exteriores, José Serra, tem dito que é preciso reequacionar a relação com o bloco, mas que, do ponto de vista do governo, não há dúvida da importância desse mercado.
– Temos um acordo sendo estudado com a União Europeia e estamos nos esforçando por ele. O Brasil, muitas vezes, tem dificuldade de fazer acordo por estar preso a compromissos com o Mercosul. Então, neste momento, temos de rediscutir um pouco a questão do Mercosul. Não para eliminá-lo, mas para dar-lhe uma diretriz mais segura nessa tese da universalização das relações com os outros países – afirmou o presidente interino.