Há exatamente um mês, o verão terminou, dando então lugar ao outono, que costuma contar com temperaturas bem mais baixas do que a estação anterior. Mas, em Caxias, nem parece que a troca ocorreu. Durante todo o mês de abril, o calor não deu trégua, e a média nos termômetros gira em torno de 25ºC. Quem mais lamenta esse fenômeno é o comércio, que já abasteceu as lojas com coleções de outono-inverno e agora vê o consumidor passar reto pelas vitrines.
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O momento, independentemente do clima, não é dos melhores para o setor. A crise econômica gerou uma retração nas vendas de 28,7% nos últimos 12 meses em Caxias. Se ao menos o clima ajudasse, os prejuízos poderiam ser amenizados.
- O clima quente nesta época é ruim porque o calor desmotiva a procura pelas peças de outono e inverno, e o pessoal já não se interessa mais pelas roupas quentes -explica Vanessa Casagrande, gerente da Conexão Urbana.
Para driblar o movimento retraído, Vanessa conta que investe no bom atendimento. As peças de meia-estação, como blusas com manga, também são aposta da loja enquanto o interesse por malhas e casacos não aparece.
Outra estratégia que já vem aparecendo em algumas lojas são as promoções. Na Luna Calçados, por exemplo, um expositor está destinado à liquidação de inverno. O espaço abrange opções de botas da última coleção.
- Esse calor é terrível para a gente. As vendas já não estavam boas, piores do que no ano passado, e aí vem mais esse clima em pleno abril. O jeito é fazer promoções, saldinhos, isso sempre sai bem. O problema é ter de vender os produtos, muitas vezes, com valor menor do que o próprio custo para termos caixa - lamenta Nair Pedroni, proprietária da loja.
Os produtos de inverno, destaca a comerciante, são importantes para o setor porque contam com maior valor agregado (leia-se: são mais caros).
Esse tipo de peça de frio, portanto, costuma representar mais de 50% do faturamento das lojas de vestuário e calçados da cidade.
Calor
Temperaturas de verão em pleno abril afastam consumidores das lojas em Caxias
Clima deixa o comércio ainda mais fragilizado em época de retração no consumo
Ana Demoliner
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