Depois de encerrar 2014 com uma queda de 7,3% - apontada como o pior desempenho da década até então -, a economia caxiense mostrou em 2015 que o cenário poderia agravar ainda mais. De janeiro a dezembro do ano passado, a baixa no desempenho foi de 18,7%. Os prejuízos assustam pela expressividade e também por serem contabilizados após um ano já negativo, afinal, com a base de comparação fraca, normalmente é mais fácil sinalizar alguma melhora.
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As perspectivas para 2016, ao menos, trazem alguma esperança: especialistas acreditam em um primeiro semestre ainda ruim, mas com estabilidade a partir de julho. Os números da economia da cidade e as perspectivas foram apresentadas nesta terça-feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul.
- O primeiro semestre ainda deve apresentar queda em função dos tributos do início do ano, férias e outros fatores. Já no segundo prevemos uma certa estabilidade e quem sabe um fechamento geral próximo do 0 a 0 - projeta Carlos Zignani, vice-presidente de Indústria da CIC.
Em 2015, o comércio de Caxias encerrou com queda de 29,2%, seguido de perto pela indústria, que apresentou baixa de 23,1%. O setor de serviços passou boa parte do ano "imune" à crise, mas se rendeu:
- A retração demorou bem mais para chegar em serviços, mas veio. Desde junho o setor vem caindo e encerrou 2015 com queda de 4,6% - destaca Maria Carolina Gullo, diretora de Economia, Finanças e Estatísca da CIC e também assessora da CDL.
O mercado de trabalho caxiense fechou 2015 com queda de 7,9%, o que representou 14,1 mil vagas encerradas. Apesar do número alto, Zignani ressalta que o resultado é menos negativo do que a economia em geral (18,7%), o que demostra um esforço das empresas em preservar os empregos, utilizando estratégias como flexibilização de jornada e férias coletivas.
- Antigamente, quando a indústria demitia muito, havia uma absorção natural do comércio e dos serviços. Atualmente isso não está ocorrendo, pelo contrário, esses outros setores também estão demitindo - explica Maria Carolina.
Além da retração no consumo, o elevado número de demissões pode trazer outro problema para a cidade, sinaliza Ivonei Pioner, diretor da CDL. O dirigente acredita que em curto ou médio prazo a informalidade - especialmente no comércio - vai crescer motivada pelo número de pessoas sem emprego.
Impacto da crise
Economia de Caxias fecha 2015 com prejuízos de 18,7%
Queda assusta pela expressividade e também por ser registrada depois de um ano que já havia encerrado com baixa
Ana Demoliner
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