Para fugir da dependência do frio intenso e prolongado, as malharias da Serra Gaúcha mudaram o tipo de peças oferecidas aos consumidores. A aposta para alavancar as vendas é em malhas leves ou intermediárias, que podem ser usadas mesmo em épocas de temperaturas mais amenas. Neste ano, por exemplo, o frio duradouro ainda não chegou. Mesmo assim, a adaptação do mercado faz com que os malheiros mantenham boas expectativas de vendas.
Uma das marcas mais tradicionais neste ramo, a Anselmi apostou em uma coleção de peças leves, incluindo calças. O empresário Eduardo Anselmi admite que essa é uma alternativa sequer cogitada até pouco tempo atrás. Agora, no entanto, todas as expectativas estão sobre esses produtos. Eduardo é categórico ao afirmar que, caso faça frio intenso, a empresa não está preparada para atender o mercado.
A adaptação da produção regional é confirmada pela Associação de Centros de Compras da Serra Gaúcha (Acecors), que representa shoppings e fábricas de Farroupilha e Caxias do Sul. Segundo o presidente da entidade, Paulo Dalsochio, as peças leves ou intermediárias dominam 80% do segmento:
- As empresas não estão mais investindo naquela malha pesada. Além da malha pesada ter um valor mais elevado, ela também faz com que necessite de um frio maior para que ela seja comercializada. Então, praticamente, dá para dizer que 80% dos setor malheiro está investindo em uma peça mais leve.
Essa mudança não significa que o frio tenha deixado de ser importante para o setor. Mesmo a venda de peças intermediárias ganha impulso com períodos prolongados de temperaturas baixas. Nesse aspecto, a notícia não é boa para os malheiros. Segundo o Centro Estadual de Meteorologia, não há previsão de frio por longos períodos para os meses de maio e junho.
Economia
Malharias da Serra apostam em peças intermediárias para manter vendas
Adaptação em coleções é alternativa para diminuir impacto em invernos menos rigorosos
Flavia Noal
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