O gás natural para a indústria, comércio e postos de combustíveis ficará caro a partir do dia 16 de setembro. A Companhia de Gás do Estado (Sulgás) irá reajustar o preço em 9,7% para clientes industriais e comerciais e em 14,4% para o segmento veicular.
Como o gás natural é considerado uma opção para reduzir custos, principalmente na produção das indústrias do polo metalmecânico da Serra, o aumento está causando indignação em Caxias.
A Sulgás alega que a medida se deve à alta do dólar. Só que era justamente a valorização da moeda norte-americana que estava impulsionando as exportações do setor. O incremento anterior no preço para a indústrias e comércio havia ocorrido em julho de 2012, de 14,4%. O assunto será discutido nas próximas reuniões do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), que reúne três mil empresas.
- Eles simplesmente comunicam. É mais uma briga que a gente vai ter de enfrentar. No último aumento, tentamos negociar, mas o governo foi intransigente. Hoje, a matriz energética das grandes empresas está em cima do gás. Vai pesar muito. Vai reduzir a competitividade que a gente já vinha ganhando com o dólar. Ou seja, estão matando a alta do dólar aos pouquinhos - argumenta o diretor-presidente Simecs, Getulio Fonseca.
Para o segmento veicular, o ajuste anterior havia ocorrido em novembro de 2011. Os maiores consumidores do produto neste segmento em Caxias são os táxis. Porém, o uso do gás veicular no trânsito está diminuindo. Em 2008, 65% dos carros usavam gás natural veicular. Atualmente, o produto serve a cerca de 40% da frota de 316 veículos. O declínio se deve ao elevado custo para a adaptação dos carros e à dificuldade na venda deles.
- Com esse aumento, deve cair mais ainda mais o número de interessados. Não compensa, a gente gasta R$ 5 mil para equipar o veículo. E o carro desvaloriza em torno de R$ 4 mil ou R$ 5 mil quando o motorista vai trocar ele. Vamos ter que bancar o preço e esperar até o ano que vem para conseguirmos um reajuste na tarifa - explica o presidente do Sindicato dos Taxistas, Adail Bernardo da Silva.