Sindicato dos Metalúrgicos e Simecs voltam a sentar-se frente a frente nesta quarta-feira para buscar um novo índice de reajuste que pode desatar os nós que emperram o dissídio da categoria.
A expectativa da principal categoria da cidade, que representa um exército de 80 mil profissionais, é que os patrões elevem a proposta de aumento de 6,95% (apenas a reposição da inflação), embora esteja ciente que alcançar os 14% almejados é quase impossível.
Um meio termo será buscado nesse terceiro round envolvendo a campanha salarial. Além da discussão salarial, 71 cláusulas sociais também formam esse tabuleiro de impasses entre os dois lados: quem paga (empresários) e quem recebe (empregados). A torcida é unânime: que a negociação ganhe contornos de definição a partir desse encontro.
O sindicato dos trabalhadores ficou decepcionado (e rejeitou com veemência) a proposta do Simecs de junho:
- Na verdade, não nos foi oferecido nada, porque reajuste da inflação não é aumento. Estamos em busca de um ganho real - destaca Leandro Velho, presidente em exercício do sindicato dos empregados.
Já na opinião do Simecs o índice de 6,95% é perfeitamente compatível com a realidade do setor, embora a entidade não descarte um acordo que fique bom para ambos os lados. Conforme Getulio Fonseca, presidente do sindicato patronal, a indústria caxiense perdeu 20% de competitividade nos últimos sete anos, enquanto a massa salarial aumentou 16% no mesmo período:
- Além disso, os últimos números de geração de emprego e de exportações apresentaram declínios. Para mantermos os empregos que temos e projetarmos investimentos, é fundamental que o reajuste não pese tanto - destaca Fonseca.
Para a próxima segunda-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos prepara manifestação para reivindicar melhorias para a categoria. Conforme Velho, já há a adesão de trabalhadores de pelo menos 15 grandes empresas do setor.
Já a assembleia em que os trabalhadores irão votar se aceitam ou não o reajuste proposto pelo Simecs será no dia 20. Até lá - ou no encontro de hoje ou num próximo -, Velho espera já ter avanços superiores a 6,95% para apresentar aos trabalhadores.
Confira na edição impressa desta quarta-feira os principais pontos em jogo nesse dissídio.