Apesar da desoneração de itens da cesta básica, anunciada no começo de março pelo governo federal, o sobe e desce do valor dos produtos continua a fazer parte da vida dos brasileiros. A carne, seja ela de gado, frango, suíno ou peixe, constitui grande parte das refeições diárias, e para driblar a gangorra dos preços, restaurantes e lancherias têm diversificado o cardápio, sem precisar repassar os preços ao cliente.
Segundo estimativas do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Caxias (Sindigêneros), o líder de vendas na região é a carne bovina (60%), seguida do frango (30%), o suíno (7%) e o peixe (3%). O hábito de consumo dos moradores da Serra se assemelha ao restante do Estado, mas tem mudado um pouco nos últimos anos. O frango surge como alternativa, já que é uma carne mais barata e que pode ser utilizada em diferentes receitas.
- Comparado às demais carnes, o frango tem tido um aumento de vendas nos últimos anos. O hábito de consumo, o incentivo em relação a comer carne branca, diminuir a ingestão de carne vermelha, também tem contribuído para essa mudança - explica o presidente do Sindigêneros, Jorge Salvador.
O preço do frango depende também do custo do milho e da soja, que compõem a ração. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, esses grãos representam mais de 50% do preço da produção, e por isso impactam no valor final. Como a safra deste ano está boa, diferentemente dos anos anteriores onde houve quebra na produção, o preço da carne de frango está acomodado.
- O que está acontecendo é uma acomodação dos preços em função do preço do grão. A queda nos valores nos mercado, que não passa dos 5%, se dá a esse fator. O produtor integrado não tem perdido nada, pois a indústria absorve a produção - explica o dirigente.
Com quatro unidades no Estado, a Nutrifrango é uma empresa especializada na produção e comercialização de carne de frango. As lojas, que oferecerem todos os cortes resfriados, por unidade ou em pacotes fechados, têm percebido o aumento no consumo de frango nos últimos anos. Embora não revele os números, a unidade de Caxias têm visto o faturamento aumentar mensalmente.
- Ficamos no Pio X, mas atendemos pessoas de todos os cantos da cidade, e a cada mês o fluxo aumenta. Nessa época, quando o frio começa, o movimento cresce mais ainda - avalia o gerente comercial Javer Kissel.
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