A crescente alta no preço das hortaliças, com destaque principalmente para o tomate, não está impactando somente no valor da conta do supermercado. Para os caxienses, o jantar e o almoço de quem faz refeições fora de casa também está cada vez mais picante. O reajuste no preço de alguns restaurantes se justifica: conforme dados da Ceasa/Serra, em um ano o quilo do tomate longa vida escalou 320% - passando de R$ 0,81 para R$ 3,41. Esse é o valor pago por supermercadistas e restaurantes, porque para o público o preço chega a R$ 6,50 - podendo atingir R$ 8,50 na variedade gaúcha.
Se no bolso do consumidor a gritante diferença registrada em um ano pesou, em função da escassez do produto, nos restaurantes que utilizam o fruto em grandes quantidades o baque está sendo ainda maior. Marcos Giordani, sócio proprietário da Pizzaria Giordani, comenta que, há cerca de três meses, a caixa do tomate custava para o estabelecimento cerca de R$ 20. Já hoje, não sai por menos de R$ 100. Como a Giordani utiliza cerca de 50 caixas do produto por mês, a despesa, que antes era de R$ 1 mil, passou então para R$ 5 mil.
- Além disso, tivemos outros aumentos consideráveis recentemente, como os laticínios que cresceram 10% e a cebola que aumentou pelo menos 30% - conta Marcos.
Já para o agricultor Agostinho Vist, 48 anos, esta é a melhor safra dos últimos dez anos. Morador do bairro Brasília, em Caxias do Sul, há pelo menos três décadas ele cultiva tomates na propriedade da família, e está satisfeito com o retorno financeiro deste ano.
- É um dos melhores preços que já tive. Muda um pouco conforme o momento, mas o preço médio é de R$ 50 a caixa com 20 kg do tomate longa vida - comemora o agricultor, que direciona a produção a mercados de Santa Maria.
Após uma safra de 2012 com excesso de produto e preços baixos, esse ano o produtor quer recuperar os prejuízos.
- O fator climático no centro do país, algumas doenças, fizeram a produção de lá ser menor, e valorizou o nosso tomate. O aumento é significativo, mas porque é comparado com um tomate cujo quilo valia menos de R$ 1 no ano anterior - analisa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias, Rudimar Menegotto.
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