A retaliação do Brasil aos subsídios concedidos pelo governo dos EUA ao algodão pode gerar prejuízo em algumas cadeias industriais do país, avalia o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e do Conselho de Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Tigre.
- A situação ideal é que o próprio setor se acertasse. A medida deve trazer desajuste. Pode impactar algumas linhas importantes de produção brasileiras.
De acordo com Tigre, é difícil medir qual será o tamanho do impacto sobre o fluxo comercial brasileiro.
- O Brasil é beneficiado pelo Sistema Geral de Preferências. Todos os anos os EUA renovam o benefício. Pode ser que no final do ano isso seja revisto - afirmou o presidente da Fiergs. - Uma briga do algodão virou uma briga para diferentes partes da economia.
Tigre, no entanto, apoiou a adoção da medida como forma de pressionar o governo americano a rever a posição sobre os subsídios.
- Essa foi uma decisão tomada para levar uma reflexão mais séria para a mesa. As regras têm que valer para todos nós.
O presidente da federação destacou a importância da relação bilateral entre EUA e Brasil e defendeu a retomada das negociações sobre a remoção das medidas protecionistas. Em 2009, os Estados Unidos ocuparam o segundo lugar entre os destinos das exportações brasileiras e foram o país de quem o Brasil mais importou. Para o RS, em 2009, os EUA foram o terceiro país que mais comprou do Estado e ocuparam o quarto lugar no ranking de origem das importações gaúchas.
- Dentro desse prazo que ainda está em vigor, seguramente há possibilidade, se houver interesse, se houver talvez até acerto com o setor de algodão de lá, que se consiga que [a retaliação] fique mais localizada especificamente no setor.
Economia
Paulo Tigre: "uma briga do algodão virou uma briga para diferentes partes da economia"
Presidente da Fiergs defendeu retomada das negociações para remoção das medidas protecionistas
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