Na estante de discos de Nei Van Soria, o blues nunca deixou de se fazer presente. Nomes como Eric Clapton, B.B. King, Robert Johnson, Robert Cray, Buddy Guy, Muddy Waters e Nuno Mindelis não deixaram que ele se afastasse do estilo de solos arrastados e melancólicos. Teve também o produtor musical Gordo Miranda, que apresentou Stevie Ray Vaughan a Nei, com uma ressalva importante.
- Ele disse: "tu tem que ouvir esse cara, é muito parecido contigo" (risos). Fiquei lisonjeado - lembrou Nei, que assistiu um show memorável do guitarrista, em Londres, dois anos antes de sua morte.
Atração desta quinta-feira no Mississippi Delta Blues Festival, Nei Van Soria segue a mesma linha da já tradicional escalação do lineup de artistas com trajetórias não tão ligadas ao gênero - como ocorreu com Nei Lisboa e Marcelo Nova em outras edições. O compositor, guitarrista e vocalista realmente não enxerga o blues como um ritmo efetivado em seus sete discos solo. Mas, você sabe, o rock sempre foi um primo do blues.
- O blues é um pouco o pai de todos, junto com o jazz. Eu sempre gostei dessa liberdade do blues, dos solos mais longos, de se passar a bola para solar (no palco). Não dá para estratificar dentro do tempero que eu faço, mas tem a coisa da estrutura, de tocar guitarra e solar - analisa ele.
Justamente pensando em celebrar essas influências é que Nei Van Soria prepara a apresentação desta quinta. Atualmente dividido entre dois repertórios de show, Nei comenta que vai fazer uma mistura de tudo em Caxias.
É claro que alguns sons do Cascavelletes estarão na lista, também numa maneira de relembrar momentos que Nei viveu ao lado da banda em Caxias.
- Me sinto super em casa aí, para mim, tocar em Caxias ou Porto Alegre é igual. Sempre foi legal.
Show
Nei Van Soria é atração da primeira noite do MDBF 2014, em Caxias
Ele diz que vai fazer uma mistura de tudo no palco
Siliane Vieira
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