O orquestra mantida pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) contará, a partir de agora, com apenas 12 músicos em sua formação. O grupo, que já havia sofrido redução (em março de 2019), de 39 para 25 músicos, desta vez perdeu mais 13 integrantes. As mudanças repercutem até mesmo no nome da orquestra, que não poderá mais ser chamada de sinfônica. A princípio, o novo nome será UCS Orquestra, mas a definição deve ocorrer em breve.
Da mesma forma que ocorreu no ano passado, a redução foi uma alternativa encontrada pela UCS frente à crise econômica.
— É uma tendência mundial, recentemente estive no Estados Unidos e vi isso acontecendo lá também, as orquestras com núcleos menores. O reitor sempre manifestou a importância da orquestra, mas existe uma responsabilidade financeira. É um momento triste, claro, tendo em vista que nós conseguimos transformar a Osucs na segunda melhor orquestra do Estado e uma das melhores do país, dói ter que reduzir, mas fico feliz que ela está continuando — revela o regente Manfredo Schmiedt, que permanece à frente da formação, ao lembrar ainda de casos como das orquestras da PUC-RS e Unisinos, que acabaram extintas.
Como alternativa para concertos que exijam um número maior de músicos, Manfredo explica que haverá contratação de instrumentistas.
— Nosso primeiro concerto, no dia 5 de abril, será em homenagem aos 250 anos de Beethoven, e teremos cerca de 40 músicos no palco, 28 contratados — pontua.
A formação da UCS Orquestra em 2020 contará com violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, clarinete, fagote, trompa e percussão. As tradicionais apresentações do Quinta Sinfônica mudarão um pouco de formato, devem migrar para o fim de semana para evitar reclamações sobre a falta de estacionamento — de acordo com Manfredo, serão realizados nove concertos dessa série em 2020. O primeiro semestre reserva ainda apresentações no encontro Homens na Cozinha (abril), concerto em homenagem à família Bach e Rock in Concert (junho). Em março, a UCS Orquestra deve também realizar duas apresentações de circulação do projeto Joias Italianas, em Farroupilha e São Sebastião do Caí.
— Esperamos que o público nos apoie, não só comparecendo nos concertos, mas também por meio das leis de incentivo e de doações que ajudam a orquestra a se manter — diz Manfredo.
:: Contraponto da UCS
Em entrevista à repórter da Gaúcha Serra Flavia Noal, o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, disse que as demissões fazem parte de um novo plano de gestão da orquestra. Segundo ele, o valor captado por meio de leis de incentivo à cultura hoje não chega a um terço do valor necessário para manter a formação. Ele reforçou ainda que a UCS não tem como injetar dinheiro das mensalidades dos alunos para manutenção do vínculo com os músicos.
— Evidentemente, nós estamos remodelando como a orquestra vai funcionar a partir deste ano. Os músicos eram contratados via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e, agora, serão contratados para os espetáculos. É uma maneira de economizar recursos, mas não vamos abrir mão dos espetáculos.
O reitor não soube precisar qual será a economia com o novo formato.
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