Antes de aprender a escrever, Jamille Santos já construía rimas na cabeça. A paixão pelas palavras e a proximidade com o universo do hip hop — ela dança desde os 10 anos — fizeram a caxiense descobrir muito cedo que tinha talento para orquestrar ideias com o microfone na mão.
— Quando aprendi a escrever gostava de criar releituras de histórias, até que na escola começamos a trabalhar redação e eu percebi que escrevia em estrofes e rimava tudo, eu tinha mais ou menos uns oito anos quando percebi isso — lembra.
Não demorou para a guria começar a criar seus próprios textos e chamar atenção com o talento para as rimas, inclusive promovendo diálogos artísticos entre dança e poesia. Hoje, aos 16 anos, a caxiense é uma das finalistas do SLAM BR 2018 - Campeonato Brasileiro de Poesia Falada. A programação começa nesta quarta (12) e vai até domingo (16), no Sesc Pinheiros, de São Paulo. O concurso SLAM promoveu etapas em Caxias e Jamille acabou se tornando vencedora. Depois, conquistou o vice-campeonato na seleção estadual e garantiu vaga para competir nacionalmente.
— Quero absorver o máximo de conhecimento e conteúdo possível, estarei ao lado de pessoas incríveis e muito importantes para nossa cultura brasileira. Estar no SLAM BR já é uma vitória, independente de quem ganhar eu vou estar muito feliz e realizada por ter participado de algo tão importante e rico em arte. Acompanhe mais informações sobre a competição em no Facebook, procurando pelo perfil /POETRYSLAMBRASIL.
Dona de um majestoso cabelo afro, Jamille aborda questões sobre o feminino e sobre a negritude em muitas de suas rimas. Engajada também em outras questões sociais, a guria foi uma das atrações do encontro A Coisa Tá Preta, realizado em Caxias no dia 25 de novembro, celebrando o Dia da Consciência Negra.
— Abordo temas como luta e resistência, transitando entre desigualdade racial, violência policia, violência e abuso contra a mulher, pedofilia, estrutura do sistema escolar, o racismo constitucional, o genocídio aos jovens negros, a intolerância religiosa contra religiões de matriz africana, as questões sobre ser mulher negra, e o grande prazer e orgulho das raízes africanas — lista ela.
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