Numa cerimônia marcada por manifestações contra o assédio sexual em Hollywood, a premiação do Globo de Ouro, domingo, teve momentos memoráveis (confira a matéria de capa do Sete Dias).
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Mulheres vestiram-se de preto para demonstrar união à causa, discursaram lembrando a falta delas em algumas categorias – Natalie Portman questionou o fato de não haver mulheres disputando melhor direção –, filmes e séries centrados no protagonismo feminino se destacam na premiação, mas foi a apresentadora Oprah Winfrey quem roubou a noite. Ela recebeu o prêmio honorário Cecil B. Demille e fez um discurso contundente. Leia trechos abaixo:
"Em 1964, eu era uma garotinha sentada no chão de linóleo da casa da minha mãe em Milwaukee, assistindo Anne Bancroft entregar o prêmio de melhor ator na 36ª edição do Oscar. Ela abriu o envelope e disse cinco palavras que literalmente fizeram história: 'O vencedor é Sidney Poitier.' Subiu ao palco o homem mais elegante que eu jamais havia visto. Lembro que a gravata dele era branca, e é claro que sua pele era negra. E eu nunca tinha visto um homem negro ser celebrado daquela forma. (...)
(...) Então, esta noite quero expressar minha gratidão a todas as mulheres que aguentaram anos de abuso e assédio, porque – como minha mãe – elas tinham crianças para alimentar, contas a pagar e sonhos a buscar. São as mulheres cujos nomes jamais conheceremos. (...)
(...) Quero que todas as garotas assistindo, aqui e agora, saibam que um novo dia está no horizonte. E que quando esse dia finalmente nascer, será por causa de muitas mulheres magníficas – muitas delas aqui neste salão – e alguns homens fenomenais, lutando duro para garantir que elas tornem-se as líderes que vão nos levar a um tempo em que ninguém mais precise dizer 'eu também'. Obrigada. "