Equipes de socorro e forças de segurança pública homenagearam a socorrista Lorezete Duarte, que morreu na quarta-feira (19) à noite, no Hospital de Clínicas, em Passo Fundo. A técnica de enfermagem foi hospitalizada após cair de um paredão de pedras de nove metros de altura durante um atendimento às margens da BR-386.
Com palmas e sirenes ligadas, diversas ambulâncias e viaturas se reuniram em frente a Catedral de Passo Fundo e realizaram um minuto de silêncio em memória à colega. O ato reuniu o Samu de Passo Fundo, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Força Voluntária Norte Gaúcho da Defesa Civil e ambulâncias privadas.
De acordo com a responsável técnica do Samu em Passo Fundo, Marlei Tormes, a homenagem serviu como um ato de reflexão sobre a profissão, que envolve riscos e cuidado à vida das pessoas.
— É um momento triste, mas que serve para a gente refletir o nosso trabalho, o nosso atendimento, para pensar o que é melhor. A gente precisa ir, precisa salvar vidas, precisa atender. Mas o socorrista tem que ter em mente que também é necessário pensar em primeiro lugar na sua segurança — declara.
Em Passo Fundo, o Samu atende, em média, 15 chamados por dia. Dentre eles, a maioria de atendimento clínico e psiquiátrico, por abuso de substâncias, problemas cardíacos e surtos. Por isso, Marlei relata a importância do socorrista estar sempre acompanhado da Brigada Militar, sobretudo em casos mais críticos.
— Nós temos protocolos, precisamos ter cuidados. É sempre uma situação desconhecida. A forma como entra o chamado ou o pedido de socorro, muitas vezes não se tem todos os dados. Então, a equipe vai verificar no momento em que a Brigada chega — explica Marlei sobre a rotina dos socorristas.
O sargento Perego, da Bike Patrulha da Brigada Militar, também participou da homenagem e lamentou a morte da socorrista.
— Fica a nossa homenagem à colega que faleceu em serviço e uma reflexão para cada dia nos preocuparmos mais com nossas vidas também. A vida de todo mundo tem valor, mas a vida de quem age em nome do Estado, em nome da lei, em tentar ajudar o próximo, também tem o seu valor — declara.
Perego diz, ainda, que profissões como a de segurança pública e de socorro à comunidade, assim como outras, também possui situações que podem sair do controle.
— Infelizmente, é um caso que ninguém espera. Todo mundo sai de casa esperando cumprir seu serviço e voltar para casa. Assim como na Brigada Militar, bombeiros, socorristas, médicos, enfermeiros, todos nós passamos por situações que fogem do nosso alcance — afirma.
Histórico
Lorezete Duarte, de 45 anos, morreu na noite de quarta-feira, após dar entrada em estado grave de saúde no Hospital de Clínicas de Passo Fundo. Ela se feriu gravemente após cair de um paredão de pedras, às margens da BR-386, em Frederico Westphalen.
A técnica de enfermagem tentava socorrer um homem de 32 anos, que estava no topo do barranco. Ele também acabou caindo, sofreu fraturas e foi socorrido para o hospital de Frederico Westphalen.
Em nota oficial, a prefeitura de Frederico Westphalen decretou luto oficial por três dias em decorrência da morte da socorrista.