Falamos muito de crise nos últimos anos. E não poderia ser diferente. Enfrentamos a junção histórica do maior esgotamento das finanças estaduais com a maior recessão econômica do país. O ciclo conjuntural e estrutural se fechou ao mesmo tempo. As soluções utilizadas no passado não serviam mais. Acabaram os paliativos. Era chegada a hora de promover mudanças de curto, médio e longo prazo. Arrumar a casa, normalizar os serviços públicos e mudar o Estado para o futuro.
A história será justa com quem, no lugar do populismo demagógico, escolheu salvar o Estado
Foi a isso que o governo Sartori se dedicou desde o primeiro dia, mesmo contra interesses do entorno do aparelho estatal. Foi desse propósito que nasceu a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, pioneira do país. O controle das despesas foi rigoroso e a máquina pública foi redirecionada para as áreas essenciais. Fizemos as mais profundas mudanças administrativas do país nos últimos anos. Atraímos empresas e melhoramos o ambiente para investimentos. Tivemos solidariedade dos demais poderes e órgãos na proposta orçamentária. Houve erros no caminho, mas coragem e espírito público jamais nos faltaram.
Agora entramos num momento decisivo. Para garantir estabilidade do serviço público e virar a página da crise, precisamos aderir ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados. Estamos ultimando negociações que buscam criar uma nova realidade de poder público, mais voltado para a sociedade e menos para si mesmo. Precisamos desse oxigênio para construir essa travessia com solidez e visão social. É parte de um processo que se soma a tudo o que fizemos até aqui, junto com a venda de ações do Banrisul, que mantém o banco sob o controle público. É o marco divisor para um novo momento.
A maioria da Assembleia Legislativa gaúcha não tem faltado a esses desafios. Mas agora, mais do que em qualquer outro momento, precisamos do apoio responsável dos deputados e de toda a sociedade. As cartas estão postas. A história será justa com quem, no lugar do populismo demagógico, escolheu salvar o Estado. E é disto que se trata: de uma ação para o Estado, não para o nosso governo; do futuro, não do passado; de uma solução concreta para a crise; não do "quanto pior, melhor". Vamos em frente. A hora é agora!