Voluntariamente, milhões de americanos, amanhã, irão depositar os seus votos nas urnas para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos, nesta que foi considerada uma das piores campanhas presidenciais da história recente da democracia. Apesar de tudo, há pontos que servem de aprendizado. Lá, o voto não é obrigatório e, mesmo assim, os americanos se envolvem e comparecem em massa. Aqui, somos obrigados a votar, sobrando a nós, como resposta ao descontentamento, o voto em branco, nulo ou a abstenção que, somados, "ganharam" as eleições municipais em muitas cidades, o que mantém a dúvida sobre o quanto o Brasil já está maduro para este passo.
O impacto nos principais mercados, com a última pesquisa apontando o candidato Trump com chances de ganhar, mostra a importância dos Estados Unidos no mundo. Historicamente, democratas acreditam num governo com papel mais ativo na economia, já os republicanos veem o setor privado como o motor da economia. O fato é que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. Com a crise brasileira, deixamos de ter uma posição de destaque no cenário internacional e pouco se abordou esta questão como tema importante na campanha dos EUA. Se a escolha impacta o mundo dos negócios, também afeta diretamente mais de um milhão de brasileiros que vivem nos Estados Unidos, muitos em condição imigratória irregular. Enquanto Hillary promete regularizar a situação, Trump não tem se mostrado favorável à acolhida, o que se traduz no muro que idealizou construir na fronteira com o México.
Com Hillary ou com Trump, entretanto, o Brasil tem o dever de manter forte a política comercial de se aliar com países de primeiro mundo, inclusive tentar, de alguma forma, se inserir na Parceria Transpacífica (TPP), que resultará no maior acordo comercial do mundo, unindo EUA, Japão e outros 10 países no Pacífico. Fora deste acordo, o Brasil seguramente vai amargar um enorme prejuízo.
Importante é não deixarmos de dialogar com os americanos, que podem contribuir ainda mais para a retomada da economia nacional, evitando retrocessos do passado.