Num sinal do que serão as relações entre Madri e Barcelona nos próximos meses, o rei da Espanha, Felipe VI, esquivou-se de receber ontem em audiência a presidente do parlamento catalão. Carme Forcadell, linguista e figura de proa do movimento pró-independência da região, pretendia notificá-lo da eleição do novo presidente da Generalitat (governo autônomo catalão), Carles Puigdemont. Por 70 votos a favor e 63 contrários, ele substitui o desgastado Artur Mas, que desde 2012 foi a face mais visível do soberanismo catalão.
A eleição de Puigdemont, que tomará posse hoje, desata o nó que emperrava o processo separatista desde que os catalães elegeram, pela primeira vez na história, um parlamento com maioria absoluta pró-independência, em 27 de setembro do ano passado. Por três vezes, a esquerda separatista negou apoio a um governo encabeçado por Mas – que, além de conservador, pertence a um partido investigado por corrupção.
Agora, o novo governo terá 18 meses para realizar o que Mas não conseguiu: a separação da rica região – a segunda da Espanha em população – do resto do país. Não será fácil. Madri afirma que o processo catalão contraria a Constituição espanhola, e o presidente do Estado Espanhol, Mariano Rajoy, utilizará o unionismo para forçar o partido socialdemocrata PSOE e o conservador Ciudadanos a pactuar um governo de coalizão. Para isso, conta com os votos de metade da população catalã, que rejeita a independência.
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A entrevista dos atores Sean Penn e Kate del Castillo com o megatraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán dividiu jornalistas no mundo inteiro. Muitos saudaram a peça publicada pela revista Rolling Stone, mas não faltaram críticas. Olhar Global ouviu um dos que fazem restrições à publicação do texto, o argentino Diego Fonseca, que chegou a ser sondado para escrever a biografia de “El Chapo”. Leia aqui: zhora.co/DiegoFonseca