Opinião

Artigo

Lasier Martins: não há tempo a perder

Senador (PDT-RS)

Assistimos a algo inédito na história do Brasil: dois procedimentos correndo paralelamente contra dois presidentes de instituições que devem zelar pela República. Executivo e Legislativo na berlinda.

Sabemos que o ano de 2015 já foi perdido econômica, política e moralmente.

Foi ano em que o PIB brasileiro só afundou. Até agora, 3,2% abaixo de zero, rebaixamento de confiança, acompanhado de inflação, dólar nas alturas, desemprego e falta de perspectivas para o futuro próximo. Então, não há mais tempo a perder.

Enquanto Eduardo Cunha lidava com suas conveniências para tentar salvar-se das mentiras que o levaram para o Conselho de Ética, há três meses dormia na sua gaveta o pedido de impeachment de Dilma Rousseff. O pedido, agora acatado, vale ressaltar, não é de autoria de Cunha, mas de renomados juristas.

Os proponentes invocam fundamentos como as pedaladas, com que a presidente escondia a situação das finanças, estimulava o consumo e cada vez mais aumentava gastos. Mostrava em sua campanha eleitoral um Brasil de ficção, quando na verdade já amargava vultosos déficits. Ora, isto é crime de responsabilidade. A presidente gerava um superávit primário falso, enganando o eleitorado.

Nem se fale aqui na compra suspeita da refinaria de Pasadena e no crime contra a Petrobras, em que Dilma foi omissa, não vendo anormalidade alguma, como aliás era próprio de seu criador, desde o mensalão - o de não ver nada. Tivemos dois governos que se basearam no populismo, sem produzir as reformas que o Brasil precisa e sem projetar políticas estruturantes.

O descrédito que hoje sofre a política não acontece por acaso, é resultado da soma de abusos e escândalos de vários anos. Parece, agora, que poderemos nos encaminhar para uma nova era na política brasileira se levarmos a cabo a depuração iniciada. Chegou o momento da investigação para o impedimento. É hora de impedirmos novos petrolões e mensalões. Já avançamos com o fim dos financiamentos por empresas privadas em campanhas eleitorais, comprovado fator de comportamentos espúrios. É hora de impedirmos que o crime se aposse do Estado brasileiro. É hora de impedirmos a sequência da falta de ética nas administrações públicas. É hora de mudarmos o Brasil. Para melhor.

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