Há 15 dias de completar 90 anos, a Rádio Gaúcha teve um convidado especial: Fausto Silva, o Faustão, foi entrevistado no programa Timeline desta quinta-feira (26). No bate-papo, o apresentador lembrou o convite de Ruy Carlos Ostermann para trabalhar na emissora no final dos anos 1970.
"Quando o Ruy deixou a Guaíba e começou a grande mudança na Gaúcha, em 1978, ele me convidou. E por pouco eu não fui (...) além de fã, eu sou uma das pessoas que mais se liga no rádio gaúcho", disse.
Na entrevista, Faustão também lamentou a situação econômica do Estado, classificou o atual momento como “trágico”, mas disse rezar por uma mudança e mostrou-se entusiasta de viver por nossos pagos.
"Eu sempre brinquei que queria ir pro Sul. Se o Sul tivesse se separado, teria que tirar passaporte. Quero um passaporte gaúcho", brincou.
Política e polêmicas
Uma nova fase da Lava Jato foi deflagrada hoje, com novo pedido de prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Faustão ironizou ao dizer que se o trabalho do Ministério Público Federal e da Polícia Federal tivesse iniciado há 500 anos, algumas prisões não seriam necessárias.
“Levanto a bandeira de transformar o País em um País decente, e que a Lava Jato deveria ter começado com Cabral. Desde que chegou, deveria ter começado, aí talvez não tivéssemos um segundo Cabral, ou terceiro Cabral. Se o primeiro tivesse respondido pelo que fez", disse.
O comunicador relembrou a Operação Mãos Limpas, na Itália, que teve mais de 1,2 mil prisões e alertou que, no Brasil, o efeito precisa ser educativo. "Ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil", comentou.
Polêmico em suas opiniões, o âncora do Domingão afirmou nunca ter sofrido pressão da Rede Globo para se posicionar sobre algum assunto. Contou, inclusive, que sequer usa ponto eletrônico.
"Eu falo o que eu quero. Muitas vezes acerto, muitas vezes eu erro. Peço desculpas, mas a responsabilidade é minha. Por isso é ‘Domingão do Faustão’. É veiculado na Globo, mas tenho liberdade total", afirmou.
E ele concorreria a algum cargo político? O apresentador é taxativo ao negar a ideia.
"É a única certeza que eu tenho. Primeiro, não tem palanque que me segure, que numa dessas pode cair tudo junto. E eu acho que tenho mais o que fazer dentro do meu trabalho, que eu gosto. Política não é meu jeito, eu sou muito de falar, não duraria um dia lá".