O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu a análise da carta de despedida encontrada após a morte da mãe do menino Bernardo, em 2010. A equipe de peritos especialistas em grafoscopia afirma que o documento foi escrito por Odilaine Uglione, encontrada morta no escritório do então marido, o médico Leandro Boldrini, em Três Passos, no noroeste do Estado.
Uma perícia particular contratada pela família de Odilaine havia concluído que a letra na carta não era dela. Foi então que a Polícia Civil pediu a perícia ao IGP.
"A riqueza de coincidências, de grafismos do punho da carta com o material que foi encaminhado, os peritos têm certeza absoluta que aquela carta que foi encaminhada para nós, que foi localizada na bolsa dela no local do crime, ela foi escrita pelo punho da Odilaine Uglione", ressalta o diretor-geral do IGP, Cléber Muller.
Cléber explica que foram analisados vários documentos escritos. "A delegacia enviou uma quantidade grande de escritas que teriam sido feitas pelo punho da Odilaine e de uma outra suspeita", explica Cléber.
O IGP concluiu quase todas as perícias do caso. No exame de balística, não foi possível concluir quem efetuou o disparo que matou Odilaine - se partiu dela ou do suspeito, o médico Leandro Boldrini.
Sobre o exame de DNA realizado nas unhas de Odilaine, em razão da suspeita de luta corporal com Leandro antes da morte, o IGP afirma que encontrou vestígios do sexo masculino, mas que o resultado foi inconclusivo.
"Não se pode afirmar que seja do pai do Bernardo. Poderia ser até do próprio Bernardo", explica.
A única perícia que ainda falta ser concluída a reconstituição da morte de Odilaine, que teve a participação de Boldrini. Conforme Cléber Muller, todas as testemunhas afirmam que não havia uma terceira pessoa dentro do consultório, apenas Odilaine e Leandro.
A dúvida que ainda persiste e que precisa ser analisada é sobre o fato de Boldrini estar ou não dentro da sala no momento do tiro. Se ele correu antes ou depois do disparo.
Cléber Muller sustenta que a hipótese mais provável ainda é o suicídio, mas que o homicídio não pode ser descartado.