O deputado federal Danrlei de Deus (PSD-RS) afirmou à Rádio Gaúcha nesta terça-feira (1º) que “jamais poderia imaginar” que o deputado Mário Jardel pudesse chegar a um estágio de afastamento da Assembleia por suspeitas de envolvimento em corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. As suspeitas fazem parte da investigação deflagrada na Operação Gol Contra, que resultou ontem no afastamento do parlamentar da Assembleia por um período 180 dias.
Em entrevista ao programa TimeLine, Danrlei, que foi uma espécie de “padrinho” da candidatura de Jardel a deputado estadual, disse que sabia que as pessoas teriam que ter “um pouco mais de calma” com Jardel, porém jamais imaginaria "algo assim”. Danrlei não se disse arrependido, mas confessou um sentimento de “tristeza” em relação ao ex-companheiro de clube.
O deputado afirmou que não conversa com Jardel desde março deste ano, quando participaram juntos de um evento no município de Feliz. Em abril, ele chegou a anunciar em nota o rompimento político com o apadrinhado. Danrlei reiterou a versão de que Jardel lhe pediu uma oportunidade e, desta conversa, nasceu a ideia de uma candidatura. Ele disse estar ciente de que as pessoas o responsabilizam pelo fato de Jardel ter sido eleito deputado.
“As pessoas vão dizer que a culpa é minha. Eu estou vendo isso. Mas a minha consciência está bem tranquila. O que fiz por ele eu faria por qualquer outro amigo. Eu não fecharia as portas porque não faço isso. Não sou assim”, afirmou.
Danrlei disse ainda que a condução do mandato de Jardel é de responsabilidade do próprio parlamentar e que, mesmo tendo participado da campanha dele, não caberia a ele fazer interferências no mandato, nem em suas escolhas pessoais.
“Não tenho como comandar as escolhas pessoais das pessoas. Sei que vou acabar tendo um ônus (político). O que posso fazer é continuar fazendo meu trabalho de forma correta”, assegurou.
O deputado Danrlei informou ainda que não participará da reunião de emergência convocada pela executiva do PSD para esta terça-feira para tratar do caso Jardel, pois tem atividades como parlamentar em Brasília. Questionado se defendia a expulsão de Jardel do partido, Danrlei disse que preferia não expor sua posição pessoal, mas que já havia comunicado a sua avaliação ao presidente do PSD no RS, vice-governador José Paulo Cairolli.