O candidato à reeleição, Tarso Genro, foi o último dos oito pretendentes ao Palácio Piratini sabatinado pela direção do Cpers-Sindicato nesta terça-feira (16). Ao longo de uma hora, o petista respondeu questionados relacionados à redução dos contratos temporários de professores, reajustes salariais, piso do magistério e qualificação de professores e servidores de escola. Tarso garantiu que não vai alterar o plano de carreira do magistério e voltou a alegar dificuldades financeiras para o pagamento do piso como base da carreira, valor sobre qual incidiriam outras vantagens. "Nenhum governador sério diria que paga o piso com reflexos no quadro", salientou.
No entanto, Tarso sinalizou com uma nova alternativa para garantir o piso, com reajuste do Fundeb. Segundo o candidato, ele está disposto a iniciar uma mobilização política para articular uma compensação junto ao governo federal que possibilite a antecipação de recursos do pré-sal através da redução da parcela de pagamento da dívida do Estado com a União.
"Essa relação de adiantamento com abatimento da dívida, é forma mais sensata de resolvermos essa questão". O candidato sinalizou que a intenção é obter uma redução do percentual comprometido da Receita Corrente Líquida (RCL) dos atuais 13% para 9%. Porém, admitiu que ainda não tratou do assunto com o governo federal, alegando que a prioridade é aprovar a renegociação da dívida no Congresso, em votação prevista para novembro.
O Cpers promoveu encontro com os oito candidatos ao governo estadual e entregou uma carta-compromisso para que eles assinassem e se comprometessem, entre outros pontos, com o pagamento do piso. Tarso levou o documento para análise e prometeu uma resposta posterior. A candidata do PP, Ana Amélia Lemos, assinou o documento, mas com ressalvas, afirmando que significa 'um esforço para cumprir', e não a garantia de atendimento da promessa. Vieira da Cunha, do PDT, também endossou o compromisso, assim como os outros quatro candidatos. Apenas José Ivo Sartori preferiu não assinar o compromisso, pois alegou que não pode se comprometer com aquilo que não pode cumprir.
Para a direção do sindicato, os encontros foram altamente positivos. "O objetivo foi dar condições para que a categoria possa fazer a melhor escolha. Temos um interesse direto. É a escolha do nosso patrão, precisamos saber qual será o que teremos melhores condições de negociar e avançar", explicou a presidente do Cpers, Helenir de Oliveira. O conteúdo das falas foi gravado em vídeo e será disponibilizado para os professores pela internet.