O Super Repórter de hoje mostrou a história de padres que largaram a batina em nome do amor. Padres que passaram anos rezando missas, mas que abandonaram a Igreja para viver um relacionamento.
O padre Vitor Hugo de Andrade abandonou a batina em 2013. Ele se apaixonou por uma vizinha e decidiu se casar. Andrade diz que a decisão foi complicada, mas preferiu abandonar a Igreja e ter uma família com filhos.
’’A decisão foi bem complicada. Mas fiz o que eu achava certo e não me arrependo. Tive o apoio de outros padres", conta.
João Carvalho viveu 18 anos como padre e 10 anos no seminário. Foram 28 anos dedicados à religião. E foi no confessionário que ele conheceu Inês. Em 2012, João saiu da Igreja e se casou. O padre revela que as duas missões foram em nome de Deus:
"Tenho a convicção que Deus nos conduz para nossas escolhas, por isso segui o meu destino de ter uma família com a minha amada", diz João.
Porém, a mulher do padre, fez uma exigência. Disse que em seu casamento, João teria que, além de ser o novo marido, também teria que ser o padre do evento.
"Para me sentir completamente abençoada eu decidi que quem deveria oficializar nossa união era o João e assim fizemos, somos muito felizes".
Ainda assim João Carvalho, de 63 anos, é considerado um padre casado e só será reconhecido como ex-padre quando o Vaticano se posicionar sobre a dispensa do celibato. João Carvalho fez mestrado na Itália em Teologia. Mas hoje atua com um escritório de contabilidade. E mesmo casado ainda sonha em voltar a atuar como sacerdote.
"Me preparei para ser padre. É duro tem que ganhar meu sustento em outra área. Creio que a dispensa do celibato será uma questão de tempo".
A esperança de padres que se casaram e querem continuar exercendo suas funções na Igreja Católica está em Papa Francisco. Padres nesta situação torcem para que o celibato passe a ser opcional e não uma obrigação. O padre Vitor Hugo Castro casou com Giovana em 2010 e não vê nenhum pecado em ser atuar como padre, mesmo estando casado.
"Estamos criando uma comissão de padres gaúchos casados e vamos encaminhar ainda neste ano uma carta para o Papa Francisco. Esperamos continuar atuando", revela Vitor Hugo.
Para o Padre Antônio Augusto casar deveria ser um direito, mas ele não crê que isso possa acontecer tão cedo na Igreja Católica.
"Acho bem complicado. A Igreja Católica demora muito tempo para mudar alguns princípios", admite o padre.
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