Após quase quatro meses da morte de dois agricultores em Faxinalzinho, no norte do Estado, a Polícia Federal ainda não tem prazo para a conclusão do inquérito. O crime aconteceu no dia 28 de abril. Os agricultores tentaram furar um bloqueio realizado por índios em uma estrada que dá acesso às Linhas Faxinal Grande e Coxilhão, no interior da cidade. Os indígenas protestavam cobrando a demarcação de terras.
Cinco índios chegaram a ser presos, acusados do crime, mas foram soltos em junho, após a obtenção de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federal tem encontrado dificuldades para acessar testemunhas na reserva indígena.
O delegado Mauro Vinicius Soares de Moraes, da Polícia Federal de Passo Fundo, nega que a soltura das lideranças índigenas esteja atrapalhando as últimas diligências. No entanto, afirma que já ingressou com novo recurso na Justiça, reiterando o pedido de prisão dos índios soltos.
"Faltam apenas diligências para encerrar o inquérito", resume o delegado.
Pelo menos oito índios devem ser indiciados pelo crime. O número poderá aumentar com base nas últimas informações que precisam ser apuradas. Foram beneficiados pela soltura os índios Deoclides de Paula, Ronildo de Paula, Nelson Reco de Oliveira, Daniel Rodrigues Fortes e Celinho de Oliveira. O recurso pedindo nova prisão aguarda julgamento no STJ por parte do ministro Rogério Schietti Cruz.