Morreu, na tarde desta quinta-feira (17), o escritor colombiano Gabriel García Márquez, aos 87 anos. A informação é do jornal argentino Clárin.
O Nobel de Literatura lutava contra a reincidência de um câncer que atingia pulmões, gânglios e fígado. Ele ficou oito dias internado em um hospital na Cidade do México, devido a um quadro de desidratação e infecção pulmonar e de vias urinárias. Recebeu alta no último dia 8 de abril, e o hospital disse que García Márquez terminaria a recuperação em casa, com acompanhamento constante para que a infecção não voltasse.
Gabriel José García Márquez foi escritor, jornalista, ativista e político colombiano. É considerado um dos autores mais importantes do século 20. O escritor era casado com Mercedes Barcha Pardo desde 1958. Eles tiveram dois filhos: Rodrigo, que nasceu em 1959, e Gonzalo, nascido em 1962.
Em 1982 foi premiado com o Prémio e o Nobel de Literatura pelo conjunto de sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi o primeiro colombiano e quarto latino-americano a receber o prêmio.
García Márquez era conhecido também como Gabo. Só o livro "Cem Anos de Solidão" vendeu 40 milhões de exemplares em mais de 30 idiomas. Como repórter, García Márquez foi correspondente em Roma e em Nova York. De lá foi obrigado a abandonar os Estados Unidos.
García Márquez tem 30 obras publicadas, entre elas, ‘Viver para contar’, livro que escreveu em 2004 depois de ter se recuperado de um câncer linfático.
Há cinco anos Garcia Márquez anunciou a aposentadoria. Entre seus títulos mais conhecidos estão ainda “A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada”, “O outono do patriarca”, “Crônica de uma morte anunciada”, “Do amor e outros demônios”, “Memórias de minhas putas tristes” e “O amor nos tempos do cólera”.
REPERCUSSÕES
A presidente Dilma Rousseff disse que recebeu com tristeza a notícia da morte do escritor colombiano Gabriel García Márquez, "dono de um texto encantador", segundo ela. O escritor morreu hoje, aos 87 anos, na Cidade do México. Para Dilma, os personagens singulares de García Márquez continuarão "no coração e na memória de seus milhões de leitores".
- Dono de um texto encantador, Gabo conduzia o leitor pelas suas Macondos imaginárias como quem apresenta um mundo novo a uma criança – disse a presidente, em referência ao vilarejo onde se passa uma de suas principais obras, Cem Anos de Solidão.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, comentou no twitter: "Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos! Solidariedade e condolências à família", escreveu o presidente em sua conta no Twitter. Em outra mensagem, o chefe de Estado se referiu a García Márquez como um "gigante" da literatura universal, daqueles que "nunca morrem".
O presidente americano Barack Obama divulgou uma nota na qual diz que, desde jovem, teve Gabriel García Márquez como um de seus escritores favoritos: "A obra de Gabo viverá por gerações", conclui Obama.
O Nobel Peruano, Mario Vargas Llosa, que brigou com Garcia Marquez na década de 70, também se pronunciou hoje sobre a morte, afirmando que morreu um grande escritor.