A Força Armada venezuelana condenou, nesta segunda-feira (6), "com profunda indignação" o apelo do opositor Edmundo González Urrutia para que o reconheçam como presidente, depois de denunciar como fraude a reeleição do governante de esquerda Nicolás Maduro.
"Vimos com profunda indignação um vídeo publicado ontem à noite, domingo, 5 de janeiro, pelo covarde Edmundo González Urrutia, dirigindo-se descaradamente e insolentemente à Força Armada Nacional Bolivariana", indica um comunicado lido na televisão estatal pelo ministro da Defesa, general Vladimir Padrino. "Rejeitamos categoricamente e com absoluta veemência este ato palhaço e bufão de política desprezível", acrescentou.
"Que o mundo inteiro saiba: no próximo dia 10 de janeiro de 2025, ratificaremos o compromisso irrestrito com a democracia venezuelana e reconheceremos o cidadão Nicolás Maduro Moros como presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, reeleito para o período 2025-2031, a quem, como nosso comandante em chefe, juraremos solenemente lealdade, obediência e subordinação", declarou.
A posse de Maduro está prevista para sexta-feira, 10 de janeiro, no Parlamento, controlado pelo partido governista, marcando o início de seu terceiro mandato, o que o projeta para 18 anos no poder.
No domingo, González Urrutia divulgou nas redes sociais um vídeo dirigido à Força Armada, pedindo seu apoio. "No dia 10 de janeiro, pela vontade soberana do povo venezuelano, devo assumir o papel de comandante em chefe", disse o diplomata de 75 anos, enquanto a líder da oposição María Corina Machado convocou protestos para o dia 9.
Maduro foi proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) vencedor nas eleições de 28 de julho com 52% dos votos, sem a publicação detalhada da apuração, como exige a lei.
A oposição publicou em um site cópias de atas eleitorais com as quais reivindica a vitória de González, documentos cuja validade é negada pelo chavismo.
* AFP