A cidade do Rio de Janeiro é acostumada sediar a grandes eventos. Da Rio 92, à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016 – sem falar em shows históricos que reuniram milhares de pessoas como Rolling Stones, em 2006, à Madonna em 2024. Um encontro como o do G20 desafia a logística de mobilidade e segurança pública em qualquer cidade do mundo. No Rio de Janeiro, esse esforço torna-se ainda maior: é uma capital que se empenha em mostrar ao mundo que consegue ser segura, a despeito do noticiário nacional.
Chegar ao Rio em meio ao encontro inédito, em solo brasileiro, dos líderes das maiores economias do mundo demonstra isso. A pedido da segurança da cúpula, o aeroporto Santos Dumont, na área central, está fechado. Ele é vizinho ao Museu de Arte Moderna, no Aterro do Flamengo, onde acontece o encontro. Com isso, o outro aeroporto da capital fluminense, o Galeão, viveu um final de semana de movimento intenso.
Meu voo foi diretamente impactado com a mudança de rotina. A aeronave foi obrigada a ficar sobrevoando o Rio de Janeiro por quase uma hora pois coincidiu com a chegada do Air Force One, o avião do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na noite deste domingo.
A prefeitura do Rio de Janeiro institiu feriado municipal nos dias 18 e 19, de modo a aliviar a circulação da cidade. Parte das atividades econômicas está sem operar. Escolas estão sem aulas. Cinco estações do metrô na região do evento foram fechadas, bem como a Avenida Atlântica, uma das principais da orla, em razão do deslocamento das delegações. Ao todo, 26 mil agentes de segurança foram destacados, entre membros das Forças Armadas e policiais federais e estaduais.
— Nem mesmo em Réveillon ou Carnaval a gente percebe isso — disse a motorista de aplicativo que me conduziu do terminal ao hotel.