A rejeição da Organização dos Estados Americanos (OEA) a uma resolução que pedia transparência ao governo venezuelano sobre as eleições é "deprimente", afirmou nesta quinta-feira (1º) o presidente do Panamá, José Raúl Mulino.
"O que aconteceu ontem [quarta-feira] em Washington, na OEA, mais do que lamentável, é deprimente", disse Mulino em uma coletiva de imprensa.
O Conselho Permanente da OEA rejeitou na quarta-feira uma resolução que exigia transparência do governo da Venezuela sobre as controversas eleições de domingo, que deram a vitória a Nicolás Maduro, por não alcançar a maioria absoluta de seus Estados membros.
"O que aconteceu na Venezuela é simplesmente inaceitável, mas mais inaceitável ainda é o desprezo de parte da comunidade internacional que virou as costas com argumentos absurdos, estúpidos e sem nenhum sistema coerente de apoio às normas do direito internacional público", afirmou Mulino.
Assim como os laços diplomáticos, os voos comerciais entre Panamá e Venezuela foram suspensos nesta semana.
Mulino proibiu os voos entre os dois países nesta quinta, um dia depois de o governo venezuelano fazer o mesmo, afetando empresas panamenhas como a Copa Airlines e também a Zona Livre de Colón, a maior zona franca da América Latina.
"Ninguém entra ou sai [em aviões panamenhos] da Venezuela, enquanto a situação não melhorar naquele país. E lamento muito [pelos] negócios, lamento muito [pelas] empresas, [pelas] os empresários da Zona Livre, etc., mas os princípios não são vendidos nem comercializados", disse Mulino.
O Panamá, que não reconhece a vitória de Maduro, votou pela aprovação da resolução, que recebeu 17 votos a favor, nenhum contra e 11 abstenções, incluindo a do Brasil, entre os Estados que participaram da reunião extraordinária.
Cinco países, incluindo a própria Venezuela, rejeitaram a convocação.
* AFP