A ministra do Interior do Equador, Mónica Palencia, denunciou nesta quinta-feira (15) uma tentativa de "desestabilização" da vice-presidente Verónica Abad, que apresentou uma denúncia por suposta violência de gênero contra o presidente Daniel Noboa perante o mais alto tribunal eleitoral com o objetivo de destituí-lo do cargo.
"Chegou ao nosso conhecimento uma tentativa de desestabilização (...) Abad apresentou um pedido ao Tribunal Contencioso Eleitoral para destituir o presidente por meio de sanção", disse Palencia em vídeo divulgado durante a madrugada.
Acrescentou que com este pedido, a vice-presidente pretende que Noboa, com quem foi eleita em conjunto nas eleições antecipadas de 2023, também seja inabilitado para exercer cargos públicos durante quatro anos.
O governante, no poder desde novembro passado para 18 meses, foi proclamado na última sexta-feira pelo seu partido ADN para concorrer à reeleição nas eleições gerais de fevereiro do ano que vem.
Nesta ocasião, sua companheira de chapa será María José Pinto, sua atual secretária do programa Crescer Sem Desnutrição Infantil.
O pedido de Abad surge de uma denúncia porque supostamente "houve violação dos seus direitos de participação com violência de gênero", indicou Palencia no vídeo em que aparece ao lado de agentes policiais.
Pouco depois de assumir o cargo, Abad foi nomeada embaixadora em Israel, o que prejudicou o seu mau relacionamento com o presidente desde a época da campanha. Desde então, a vice-presidente tem criticado o governo e protestado contra o que considera uma "perseguição" após a detenção de um filho por suposto tráfico de influência.
O Ministério Público também incluiu Abad nessa investigação, mas o Legislativo não autorizou um julgamento criminal contra ela.
* AFP