O rei de Marrocos, Mohammed VI, indultou nesta segunda-feira (29) três jornalistas e um intelectual que estavam detidos ou perseguidos no país há vários anos, no contexto das celebrações que marcam seus 25 anos de reinado.
A decisão real beneficiou Omar Radi, Soulaimane Raissouni e Taoufik Bouachrine, três jornalistas detidos em 2020, 2020 e 2018, respectivamente, informou um funcionário marroquino à AFP sob condição de anonimato.
Mohammed VI também concedeu perdão a Maâti Monjib, um franco-marroquino historiador e defensor dos direitos humanos, indicou a mesma fonte.
O Ministério da Justiça do Marrocos indicou em comunicado que um total de 2.476 pessoas foram beneficiadas com o perdão.
"O perdão real se destaca pelo seu caráter humanitário, e foi recebido com profunda gratidão pelas famílias dos perdoados", afirmou Hicham Mellati, diretor dos assuntos penais e de perdões no Ministério da Justiça, à AFP.
Em julho de 2023, o Tribunal de Cassação de Marrocos, órgão judicial máximo do reino no norte da África, rejeitou os recursos apresentados por Radi (38) e Raissouni (52) e confirmou suas sentenças de seis e cinco anos de prisão, respectivamente, por casos de agressão sexual. Radi também foi condenado por espionagem.
A apelação de Bouachrine, de 55 anos, fundador e editor de um jornal em árabe, foi rejeitada em 2021. Preso desde 2018, ele foi condenado a 15 anos de prisão por "estupro", "tráfico de seres humanos" e "agressões sexuais" contra várias mulheres.
Os três comunicadores negaram as acusações e afirmaram que foram detidos por suas opiniões críticas.
Monjib, de 62 anos, foi condenado a um ano de prisão em primeira instância no início de 2021 por "fraude" e "minar a segurança do Estado".
Ele também está sob investigação judicial desde 2019 por "lavagem de dinheiro", tendo ficado em prisão provisória por três meses antes de ser libertado sob fiança em março de 2021, após uma greve de fome de 20 dias.
O intelectual, que é acusado de malversação na administração de um centro que criou para promover o jornalismo investigativo, nega as acusações.
* AFP