O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta quarta-feira (31) um "escrutínio transparente" face às "graves dúvidas" sobre as eleições presidenciais de domingo na Venezuela que deram a vitória a Nicolás Maduro, entre denúncias de fraude por parte da oposição.
"Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional", escreveu o presidente de esquerda na rede X.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, de linha governista, deu a vitória das eleições a Maduro para um terceiro mandato de seis anos.
Milhares de opositores saíram às ruas da Venezuela para reivindicar a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, após protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e centenas de presos.
"As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências", acrescentou Petro, que evitou até agora se pronunciar diretamente sobre as eleições.
Na terça-feira, Petro discutiu a situação na Venezuela a portas fechadas em um conselho de ministros. Naquele dia, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Gilberto Murillo, pediu às autoridades venezuelanas que revelassem os resultados das eleições que mostraram Nicolas Maduro como vencedor, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição.
As denúncias de fraude da oposição foram acompanhadas por pedidos de vários países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil, para uma contagem de votos transparente.
O governo colombiano é um dos principais aliados da Venezuela na América Latina.
Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, pediu na quarta-feira "um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pela força que perdeu as eleições".
O presidente também pediu ao governo dos EUA que interrompa as sanções econômicas contra a Venezuela, pois as considera uma "medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência".
* AFP